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Governador do PT defende aliança com Centrão e MDB em 22

Wellington Dias (PI) é o entrevistado do Poder em Foco, no SBT

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Wellington Dias
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O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu que o PT busque aliança com o MDB e os partidos do Centrão para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições de 2022. Para ele, o pleito deve ser o mais importante da história, uma vez que exigirá do presidente eleito um governo de reconstrução. 

"Em cada eleição nós temos uma conjuntura e para 2022 será uma das de maior responsabilidade da história. Defendo que os líderes tenham capacidade de dialogar. Precisaremos de um entendimento amplo. Vamos ter um governo de reconstrução em 2023, porque além da pandemia, já tínhamos uma crise pesada", ressaltou, em entrevista ao Poder em Foco, que vai ao ar neste domingo (16.maio), 0h45, no SBT

Dias considera possível passar uma borracha no trauma que ficou da relação entre petistas e emedebistas após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016. E, embora atualmente os Centrão esteja na base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, aposta que Lula vai priorizar o diálogo ao invés dos ressentimentos. 

"Ele tem uma relação de abertura com os variados líderes e é um líder que não traz as suas mágoas e ressentimentos para a política. Ele é muito aberto a tocar para a frente a superação", avaliou. Lula fez dois gestos recentemente que sinalizam o pragmatismo político. Encontrou-se com o ex-presidente José Sarney (MDB), um dos nomes até hoje mais ouvidos no partido em termos de estratégias, e com o presidente do PSD, Gilberto Kassab. 

Dias afirma ter uma certeza: se o cenário atual for mantido até o período de decisão de candidaturas, Lula será o presidenciável natural do partido. "Que partido tendo um pré-candidato a essa altura com cerca de 40% das intenções de voto para primeiro turno e até 55% para segundo turno abriria mão?", indagou. 

Ele reconhece, porém, que para estruturar a candidatura é preciso ampliar o diálogo com o Congresso, com os campos políticos nos estados e municípios, e também com a iniciativa privada. "Se o ex-presidente Lula disser sim, é o nome que deveremos aprovar na convenção e não apenas pelo PT, mas eu acho que de uma frente ampla, com entendimento, ou para primeiro turno, ou para segundo turno", apostou. 

Ciro Gomes

Apesar dos embates em tom cada vez mais árido, ao longo dos últimos anos, Wellington Dias acredita ser possível reaproximar o ex-presidente Lula do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), seja no primeiro ou no segundo turno das eleições de 2022. "Na política a gente tem os momentos em que a temperatura sobe, depois cai. São duas pessoas que tiveram uma história muito comum, uma história recente do Brasil, e são nordestinos", pontuou. 

O governador disse estar disposto a trabalhar por esse diálogo, mas reconhece a capacidade de Ciro manter a opção por candidatura própria. 

"Caminhando junto ou não, ele é uma pessoa que conhece bem o Brasil, é muito preparado. Eu defendo que a gente tenha um diálogo, claro. Se a decisão dele é encabeçar uma candidatura própria, ele tem história e capacidade para essa defesa. Se houver condições de um entendimento, eu acho melhor", considerou. 

Enquanto as conversas não ocorrem, porém, na política real o PT trabalha para isolar a eventual candidatura de Ciro Gomes, conforme revelou o SBT News 

+ Em busca de apoio a Lula, PT reduz candidaturas de governadores

O Partido dos Trabalhadores quer cortar pela metade os nomes a governos estaduais em 2022. Está disposto a abrir mão da cabeça de chapa em vários estados para tentar derrotar o bolsonarismo em estados-chave, como o Rio de Janeiro, mas os acordos em andamento têm, ainda, outro efeito: as negociações isolam Ciro Gomes, o nome do PDT ao Palácio do Planalto.

Candidato a vice

O sucesso da candidatura presidencial de Lula em 2002 teve como um dos seus pilares a escolha do vice-presidente na chapa. Na ocasião, o empresário José Alencar (PL). Com isso, o petista afastou as cismas do mercado financeiro e conquistou apoio do empresariado e dos banqueiros. Alencar, morto em 2011, era mineiro, portanto, representante também do segundo maior colégio eleitoral do país.  

Por enquanto, o nome do vice para 2022 é um incógnita. Mas, diante da atuação do senador Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Pandemia, com postura incisiva contra o Governo Bolsonaro, há quem aposte que o alagoano tenta se cacifar para compor a chapa de Lula.  

"Ele é um líder extraordinário. Mesmo antes da CPI, já era  um nome de grande destaque no Brasil, mas não há uma decisão, pelo menos, que eu tenha conhecimento sobre isso", afirmou Dias. 

Em termos de estratégia eleitoral, o entendimento nos bastidores é de que Renan não agregaria o que o PT precisa para driblar a grande rejeição nacional que ainda enfrenta. Ele é do Nordeste, onde Lula já tem seu maior apoio, e também não tem força suficiente para derrubar as desconfianças dos setores econômicos. 

Perfil    

Wellington Dias está no quarto mandato como governador do Piauí. Já foi deputado estadual, federal e senador pelo mesmo estado. Atualmente, é presidente do Consórcio Nordeste, entidade que agrupa os nove estados nordestinos a fim de elaborar e executar políticas públicas em conjunto na região, e coordenador da área de vacinas do Fórum de Governadores. 

Poder em Foco

O Poder em Foco é apresentado pela jornalista Roseann Kennedy que, semanalmente, recebe uma personalidade do ambiente do poder para tratar assuntos importantes da pauta nacional. Ele vai ao ar na madrugada deste domingo (16.mai) para segunda, 0h45, no SBT. A jornalista Soane Guerreiro, repórter do SBT Brasil, também participa da entrevista desta semana.

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