94% de moradores de favelas vão comprar comida com auxílio emergencial
Brasileiros estão entre a fome e o vírus revela Data Favela, parceria do Instituto Locomotiva e Cufa
O Instituto Locomotiva em parceria com a Cufa (Central Única das Favelas) divulgou nesta 6ª feira (7.mai) pesquisa realizada em 351 favelas em todo o país sobre o Auxílio Emergencial 2021.A margem de erro é de 1,8 pontos percentuais.
Foram entrevistadas 2871 pessoas. 94% dos que solicitaram o benefício disseram que vão usar o dinheiro para comprar comida.
"Hoje os brasileiros que moram em favela estão tendo que decidir entre a fome e o vírus, é fundamental que o auxílio emergencial chegue para quem mais precisa", analisa Renato Meirelles do Data Favela.
85% disseram que pediram o novo auxílio de R$ 250. 41% solicitaram e tiveram o pedido negado. 35% disseram que pediram, mas não foram aprovados nas regras de 2021. 11% responderam que ainda não receberam, mas tiveram aprovação no programa.
Segundo Meirelles, alguns moradores de favelas tiveram problemas no cadastramento do endereço no programa do governo " muitas vezes aparecia como fraude", destacou.
A pesquisa Data Favela também mediu o impacto da pandemia na renda das famílias. 86% dos moradores dizem que a renda pessoal é menor do que era antes da pandemia. Em fevereiro o número era menor: 78%.
76% das famílias das favelas estão sobrevivendo com menos da metade da renda que tinham antes, mostra o levantamento.
O grande desafio "é conseguir chegar o dinheiro às pessoas que mais precisam e mesmo para quem conseguiu o benefício, o valor não é suficiente", concluiu Renato Meirelles do Data Favela.