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Brasil

MP do Rio Grande do Sul denuncia 6 responsáveis pela morte de João Alberto

A viúva Milena Borges falou pela primeira vez após a conclusão do inquérito

Imagem da noticia MP do Rio Grande do Sul denuncia 6 responsáveis pela morte de João Alberto
Imagens das câmeras de segurança
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O Ministério Público entregou à Justiça nesta quinta-feira (17.dez) a denúncia do caso Carrefour. Os promotores gaúchos denunciaram o mesmo grupo apontado no inquérito da Polícia Civil: a fiscal do supermercado Adriana Alves Dutra, os seguranças Magno Braz Borges, Kleiton Silva Santos, Rafael Rezende e Paulo Francisco da Silva e o ex-PM, que fazia um bico de vigilante, Giovane Gaspar da Silva. Se a Justiça aceitar a denúncia do MP, os seis viram réus por homicídio triplamente qualificado de João Alberto Freitas, de 40 anos. A vítima, um homem negro, foi morta por asfixia, após ser espancada no estacionamento do supermercado, em Porto Alegre, no dia 19 de novembro, véspera do Dia da Consciência Negra.

Os promotores incluíram o racismo como forma de qualificação por motivo torpe. Segundo o promotor André Martínez, a questão do preconceito foi considerada porque João Alberto foi tratado "sem nenhuma consideração". "(A vítima) grita por sua vida, não se dá atenção a ela. Ela desfalece e ainda fica por 10 minutos sem qualquer socorro", ponderou.

Pela primeira vez após a conclusão do inquérito, a viúva de João Alberto conseguiu falar sobre o assassinato. Milena Borges Alves disse ao SBT que João Alberto reclamava do racismo estrutural do qual era vítima cotidianamente.

"Ele mesmo me dizia: ah, só porque eu sou negro. Ah, só porque eu sou preto". Milena disse que "a vida parou naquele dia 19 de novembro".



Milena Borges falou pela primeira vez  após a conclusão do inquérito

Agora, ela só sai de casa acompanhada e só fica segura na casa da mãe. A viúva também disse que toma remédios desde então.  "Minha cabeça não para, eu tenho um tremor por dentro", explicou. A cuidadora de idosos lembra todos os momentos que viveu depois de passar pelo caixa do supermercado. "Ele tinha me dito: Milena, eu vou te esperar lá embaixo. Sempre, na maioria das vezes, ele fez isso aí. Eu vi que começaram os seguranças a aglomerar ali e chegou a Adriana ali e cochichou." Ao sair do caixa e chegar ao estacionamento, ela se deparou com a cena de horror. "Eu entrei choque não sabia o que fazer nem nada. Ele falou: Milena me ajuda", lembra ela. A polícia concluiu que João Alberto não cometeu nenhum delito no mercado. Ele foi acompanhado pelos seguranças do caixa até a saída para o estacionamento, quando agrediu um dos seguranças e foi espancado.

O advogado de defesa de Giovane Gaspar da Silva e Rafael Rezende diz que a denúncia do MP é "mirabolante. David Leal afirma que o cliente está sendo acusado de racismo estrutural e que não há lei específica para isso. Sobre Rafael, ele diz que o segurança não teve qualquer participação no crime, apenas seguiu ordens. Não localizamos os advogados de Paulo Francisco da Silva e Kleiton Silva Santos. Os defensores de Magno Braz Borges e Adriana Alves Dutra criticaram o MP por ainda não terem acesso formal à denúncia.

Assista a matéria com a entrevista completa para o SBT News:
 
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