MP do Rio Grande do Sul denuncia 6 responsáveis pela morte de João Alberto
A viúva Milena Borges falou pela primeira vez após a conclusão do inquérito
Luciane Kohlmann
Os promotores incluíram o racismo como forma de qualificação por motivo torpe. Segundo o promotor André Martínez, a questão do preconceito foi considerada porque João Alberto foi tratado "sem nenhuma consideração". "(A vítima) grita por sua vida, não se dá atenção a ela. Ela desfalece e ainda fica por 10 minutos sem qualquer socorro", ponderou.
Pela primeira vez após a conclusão do inquérito, a viúva de João Alberto conseguiu falar sobre o assassinato. Milena Borges Alves disse ao SBT que João Alberto reclamava do racismo estrutural do qual era vítima cotidianamente.
"Ele mesmo me dizia: ah, só porque eu sou negro. Ah, só porque eu sou preto". Milena disse que "a vida parou naquele dia 19 de novembro".
Milena Borges falou pela primeira vez após a conclusão do inquérito
Agora, ela só sai de casa acompanhada e só fica segura na casa da mãe. A viúva também disse que toma remédios desde então. "Minha cabeça não para, eu tenho um tremor por dentro", explicou. A cuidadora de idosos lembra todos os momentos que viveu depois de passar pelo caixa do supermercado. "Ele tinha me dito: Milena, eu vou te esperar lá embaixo. Sempre, na maioria das vezes, ele fez isso aí. Eu vi que começaram os seguranças a aglomerar ali e chegou a Adriana ali e cochichou." Ao sair do caixa e chegar ao estacionamento, ela se deparou com a cena de horror. "Eu entrei choque não sabia o que fazer nem nada. Ele falou: Milena me ajuda", lembra ela. A polícia concluiu que João Alberto não cometeu nenhum delito no mercado. Ele foi acompanhado pelos seguranças do caixa até a saída para o estacionamento, quando agrediu um dos seguranças e foi espancado.
Assista a matéria com a entrevista completa para o SBT News: