Crise nos hospitais públicos gera longas filas para cirurgias urgentes em SP

A pandemia do novo coronavírus agravou o funcionamento do sistema público de saúde dos hospitais de São Paulo, como no caso do hospital em Guaianases, na Zona Leste, no qual o Governo terceirizou o atendimento para que na unidade sejam tratadas pessoas contaminadas pelo vírus. Os pacientes que precisam de cirurgias urgentes são obrigados a entrarem em uma fila de espera. 

No hospital em Guaianases quatro andares estão vazios. Ortopedistas, ginecologistas e enfermeiras especializadas estão paradas e os pacientes de casos urgentes esperam atendimento em outros hospitais.

O paciente Ronald, 18 anos, foi atropelado quando andava de bicicleta e quebrou o joelho, a indicação é de cirurgia urgente, mas ele ficou quase duas semanas sendo medicado para conter a dor. Esse caso aconteceu na Enfermaria de Pronto Atendimento de Pirituba, na Zona Norte. "Muita urgência que era de ortopedia, de cirurgia, eles estão sendo remanejados por causa do aumento do número de casos de covid porque geralmente covid são internações longas e internações, muitas vezes em UTI", afirma a médica da unidade.

O Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo, também enfrenta problemas. Minervina Saraiva da Rocha, 86 anos, deu entrada no hospital após sofrer uma queda e quebrar o fêmur. Apesar de ser um caso grave, ao chegar no atendimento foi informada que não tinha médico ortopedista e que nada poderia ser feito. Uma semana depois conseguiu transferência para outro hospital, na Zona Leste. 

A nota de esclarecimento enviada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) pontua que os dois pacientes da UPA Pirituba realizarão cirurgias ortopédicas em hospitais da região. As transferências ocorreram nesta terça-feira (15.dez). Um dos pacientes foi encaminhado ao Hospital Municipal José Soares Hungria e o outro para o Hospital São Luiz Gonzaga.

VÍDEO - Assista a reportagem do SBT Brasil sobre o caso