Brasil
Complexo Esportivo do Ibirapuera pode ser demolido; entenda
Governo paulista planeja concessão por mais de três décadas, mas cidadãos contestam a decisão
SBT Brasil
• Atualizado em
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*Este conteúdo foi alterado às 20h40
Após o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat) rejeitar o processo para tombar o Ginásio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, a área pode ser entregue à iniciativa privada, em formato de concessão. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (30).
No futuro, a previsão é que o local será transformado em uma arena multiuso para cerca de 20 mil pessoas, com shopping, hotel e uma torre comercial.
A decisão das autoridades paulista, no entanto, não agradou. Famosos e anônimos foram às redes sociais pedir para que a medida não saia do papel.
"O que me deixou mais triste é que eu digo que o esporte no Brasil é muito carente. E ali não só falando da minha área, mas de vários atletas, de vários esportes que a gente tem ali. Judô, atletismo, ginástica muitos atletas saem dali. Muitas pessoas veem aquele lugar como uma grande oportunidade", diz Fabiana Claudino, jogadora de vôlei.
De acordo com a Secretaria Estadual do Esporte, a lei que autoriza a concessão determina que a prioridade do complexo siga sendo esportiva e que, apesar de outras atividades complementares serem permitidas, como pontos de comércio, é falsa a informação de que o lugar dará espaço a um shopping.
Veja a nota na íntegra:
"O processo de concessão do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães mantém a função principal do espaço, que é esportiva. Com a modernização a ser realizada pelo concessionário, o local passará a contar com uma arena multiuso moderna e capacitada a receber os mais variados eventos esportivos, o que não ocorre atualmente. O espaço coberto terá capacidade para 20 mil pessoas, o que não existe hoje no município de São Paulo. A Lei Estadual 17.009/19, aprovada pela Assembleia Legislativa e que autoriza a concessão, garante também espaços gratuitos para a prática de esportes e lazer da população em geral - hoje as atividades são restritas a uma pequena parcela de pessoas. Outras atividades complementares serão permitidas, como pontos de comércio, lazer e entretenimento, mas como suporte à função principal do complexo. O Governo de SP, portanto, esclarece que é falsa a informação de que será instalado um shopping no local.
O custo da manutenção do complexo para o estado é de cerca de R$ 15 milhões por ano, onerando os cofres públicos. Com a proposta, os gastos para sua operação serão assumidos pelo concessionário, que vai investir R$ 1 bilhão nas obras e na manutenção do Complexo Desportivo Constâncio Vaz Guimarães. A concessão vai atrair, ainda, melhorias ambientais, viárias e urbanísticas, além de gerar empregos e renda para o município.
A proposta de abertura do processo de tombamento do complexo no Condephaat foi amplamente discutida entre os conselheiros. A opção contra a abertura do processo foi definida por 2/3 dos membros, incluindo especialistas em História da Arte e Urbanismo e representantes de entidades técnicas e da sociedade civil".
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