Produção de arroz do RS deve crescer 7% na próxima safra
Alexandre Velho, presidente da Federarroz, pede mudanças no regime tributário do estado para permitir maior competitividade
Raissa Lomonte
O Rio Grande do Sul é responsavel pela produção de 70% do arroz brasileiro. Mesmo enfrentando problemas com a estiagem nos últimos anos e com o custo de produção que subiu cerca de 60%, a expectativa para a próxima safra é positiva, já que o preço dos fertilizantes parou de oscilar. É esperado um crescimento de 7% de área na comparação com a safra 2022/2023. A avaliação é do presidente da Federarroz, Alexandre Velho.
Leia as reportagens do SBT Agro
Em entrevista ao SBT Agro, durante a Expointer, ele disse que a implantação de outras culturas agrícolas nas lavouras, como soja e milho, ajudou na permanência do produtor de arroz na atividade. "Esse sistema é muito importante para ele ter outras alternativas de grãos nas propriedades. 40% dos produtores de arroz plantam soja também", disse.
O programa recém lançado pelo governo gaúcho, que libera recursos para ampliar a área irrigada no estado também traz mais otimismo para o setor. O recurso é oferecido diretamente aos produtores rurais para cobrir até 20% do valor do projeto de irrigação, nas modalidades aspersão, construção, ampliação ou adequação de reservatórios, desde que obrigatoriamente destinados à irrigação.
"Temos volume de chuvas satisfatório. O que nos falta é a reserva de água. Temos que agilizar as licenças ambientais para acelerar o número de barragens e consequentemente termos capacidade de irrigação melhor. Este é um tema muito importante que procuramos avançar", avaliou.
Leia a cobertura especial da Expointer
Na entrevista ele disse também que o setor pede uma mudança urgente do regime tributário por causa da falta de competitividade em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo, todos com isenção de ICMS na comercialização interna do grão. "A aliquota de ICMS dificulta e tira a competitividade da indústria do arroz gaúcho. Então, já tivemos 250 indústrias aqui. Hoje são pouco mais que 120. Isso reflete a falta de competitividade, prejudica o mercado e tira o estímulo ao produtor", criticou. Reuniões foram feitas em julho com o governo estadual pedindo urgência na alteração.
Confira a entrevista completa para Raissa Lomonte no SBT Agro