Procuradoria Eleitoral pede cassação do governador do Rio de Janeiro
Processo foi motivado pela criação de milhares de cargos secretos na Fundação Ceperj e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE–RJ) emitiu um parecer na terça-feira (2), reforçando o pedido de cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL–RJ), e do vice dele, Thiago Pampolha (MDB–RJ), por abuso de poder político e econômico.
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O processo foi motivado pela criação de milhares de cargos secretos na Fundação Ceperj e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Este é o último estágio antes do julgamento do mérito na Ação de Investigação Judicial Eleitoral, que tramita desde o fim de 2022 no TRE–RJ.
A procuradoria agiu após o governo criar dezenas de milhares de cargos secretos em programas sociais, com desvios generalizados, como a contratação de funcionários fantasmas e o emprego de cabos eleitorais de candidatos aliados do governador do Rio.
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Os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo na boca do caixa de agências bancárias.
Além disso, a Uerj também foi utilizada com fim semelhante quando houve um aumento no número de servidores: dezenas de milhares de pessoas foram contratadas como bolsistas em programas de extensão criados às vésperas das eleições, sem transparência ou objetivo claro.
De acordo com o documento, todas essas ações levaram ao “evidente desequilíbrio do pleito”.
Na ação, a PRE–RJ afirma que o esquema chamado de “farra eleitoral” em que houve “ampla promoção pessoal” do governador e de seu vice.
Os investigados conseguiram vantagens com recursos públicos que ajudaram na reeleição de Cláudio Castro. As verbas movimentadas nos programas com irregularidades na Fundação Ceperj e na Uerj superaram R$ 1 bilhão em 2022, ano em que Castro foi reeleito em primeiro turno com 58% dos votos.