Natal no plantão: conheça quem mantém o Brasil em movimento enquanto o país celebra

Enquanto casas se enchem de luzes, risadas e mesas fartas, há brasileiros que vivem o Natal de um jeito diferente: trabalhando. Em meio a telas, rádios, sirenes e plantões, eles mantêm o país funcionando — e vidas protegidas — justamente quando a maioria está reunida em família.

No Centro de Operações da Ecovias, em São Paulo, o operador Matheus de Paula acompanha o fluxo das rodovias em tempo real. Em meio às telas, ele encontra um minuto para falar com a filha pelo telefone. “Papai tá trabalhando”, diz, com a voz carregada de saudade. A emoção aparece logo depois. “Fica um pouco apertado, né? Mas não tem o que fazer. Tem que trabalhar”, resume.

Ali, o Natal tem outro ritmo. As estradas estão cheias de motoristas a caminho de encontros e celebrações — e a responsabilidade dos operadores é garantir que todos cheguem em segurança. “É uma data especial. Tem muita gente que já viajou antes do Natal e muitos que estão viajando agora. A gente tem uma equipe dedicada que não para em momento algum”, explica Isaique Salatiel, coordenador de Sistemas Rodoviários da Ecovias.

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Entre um chamado e outro, o clima de festa tenta resistir. Salada de batata, lasanha e refrigerantes dividem espaço com monitores e rádios. Não é a ceia em casa, mas é uma refeição compartilhada por quem divide também a mesma missão. “Aqui a gente é uma família também”, diz a operadora Adriana Brito de Souza.

E esse Natal de trabalho se espalha pelas ruas, postos de gasolina, portarias e hospitais. Em um posto, o frentista Daniel Souza deixou a família em casa para atender quem precisa seguir viagem. Ele conta, com orgulho, que servir também faz parte do espírito natalino. No hospital, o segurança Roberto Cordeiro admite a saudade de casa, mas agradece por estar empregado — e ajudando quem mais precisa.

Nos hospitais, a noite de Natal é sinônimo de plantão. Em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, médicos, enfermeiros e socorristas seguem firmes, atentos a cada paciente. “Nosso compromisso é com a vida. É um prazer, porque é o nosso propósito”, afirma a enfermeira Edilene Santos da Silva.

A comerciante Neuci Ferreira dos Santos, internada por causa de uma trombose, se emociona ao falar do atendimento que recebe. Mesmo longe de casa, ela encontra acolhimento e humanidade nos profissionais que a cercam.

De gorros, tiaras e sorrisos, os trabalhadores tentam manter o clima de Natal vivo, mesmo entre exames, chamados e emergências. O técnico em enfermagem Erinei Oliveira caprichou no visual e no espírito. “A gente tem que dar sempre o nosso melhor, independente de ser Natal”, diz.