Rússia matou seis civis ucranianos por dia nos últimos seis meses, diz ONU
Casos de tortura generalizada também foram relatos contra prisioneiros de guerra
Camila Stucaluc
A Rússia matou, em média, seis civis ucranianos por dia nos últimos seis meses de guerra. O dado foi revelado em um relatório do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), divulgado nesta 4ª feira (4.out). Ao todo, calcula-se que 10 mil civis tenham morrido desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.
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Segundo o documento, a maioria das mortes foi causada por ataques com mísseis contra áreas residenciais e infraestruturas críticas. Os bombardeios contra infraestruturas essenciais, como indústrias de cereais em Odessa e a barragem da Central Hidrelétrica de Kakhovska, também impactaram na sobrevivência dos civis ucranianos.
Além disso, casos de tortura generalizada foram relatados contra prisioneiros de guerra e civis ucraninos, incluindo choques elétricos, violência sexual e execuções. A pressão sofrida pelos ucranianos em áreas ocupadas para aceitarem a cidadania russa também foi denunciada, já que aqueles que se negam não recebem serviços básicos.
Outro ponto denunciado no relatório são as transferências forçadas de crianças e menores ucranianos para áreas russas e bielorrussas. Algumas crianças que foram enviadas para acampamentos de verão em Moscou no verão e no outono de 2022, por exemplo, não retornaram aos pais. Já as que voltaram disseram ter testemunhado violência psicológica ou física.
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Para o ACNUDH, os relatos confirmam a violação dos direitos humanos e crimes de guerra cometidos na Ucrânia pelas forças russas. "Os perpetradores devem ser responsabilizados e as vítimas e os seus familiares devem gozar dos seus direitos à reparação e à verdade. Além disso, programas de reparação e a assistência às vítimas devem ser estabelecidos sem esperar o resultado de processos judiciais formais", diz o relatório.