Por "soberania digital", estado na Alemanha abandona Microsoft para usar sistemas Linux
Iniciativa da região de Schleswig-Holstein visa proteção de dados dos cidadãos e maior controle sobre as informações digitais
Cido Coelho
Após o governo da Índia, migrar o sistema operacional Windows por tecnologia Linux, baseado no Ubuntu, no ano passado, a Alemanha também segue o mesmo rumo.
O governo do Estado de Schleswig-Holstein, um dos 16 estados da Alemanha, localizado no norte alemão, vai migrar seus 30 mil sistemas que usam programas e soluções fechadas da Microsoft, para o sistema de código aberto e personalizável Linux, além das ferramentas de produtividade LibreOffice.
Sob o princípio de soberania digital, o governo local quer também o maior controle dos dados pessoais dos seus cidadãos, mantendo no país e na União Europeia as informações.
Ao mesmo tempo, quer reduzir os custos de licenciamento em relação as soluções da Microsoft, pois a adoção de sistemas de código aberto tem um custo bem menor.
A administração estatal também apoiao formato de documento aberto Open Document Format (ODF), que é usado nos aplicativos LibreOffice, sendo uma versão de código aberto e gratuita do Office da Microsoft.
"Independente, sustentável, seguro: Schleswig-Holstein será uma região pioneira digital e o primeiro estado a introduzir um local de trabalho de TI digitalmente soberano na sua administração estatal. Com a decisão do gabinete de introduzir o software de código aberto LibreOffice como uma solução de escritório padrão em todos os níveis, o governo deu o sinal de partida para o primeiro passo rumo à soberania digital completa do país, com outros passos a seguir", diz o comunicado no site da administração alemã, assinado pelo Ministro da Digitalização de Schleswig-Holstein, Dirk Schrödter.
Quer ser referência
Iniciativa pode se tornar referência para toda a Alemanha e até dentro da União Europeia, que pode fazer ações para coibir a concentração do mercado de tecnologia.
Além disso promove um maior cuidado com uso responsável dos dados de seus cidadãos, mantendo o controle das informações apenas com os governos, preservando a soberania informacional, longe dos interesses comerciais das gigantes da tecnologia.