Após proibição do governo, Kaspersky encerra operações nos Estados Unidos
Empresa russa não vai mais vender softwares e atualizar seu antivírus no território norte-americano
A empresa russa de cibersegurança Kaspersky anunciou na 3ª feira (16) que vai encerrar de forma gradual suas operações nos Estados Unidos após ser proibida de vender e atualizar seu antivírus no país.
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Em junho, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos indicou os riscos de segurança e privacidade associados à localização da empresa na Rússia.
Na época, a secretária Gina Raimondo expressou preocupação sobre a possibilidade de o Kremlin explorar empresas como a Kaspersky para "fins maliciosos" contra os cidadãos norte-americanos.
“A Rússia demonstrou repetidamente que tem a capacidade e a intenção de explorar empresas russas, como a Kaspersky Lab, para coletar e transformar informações confidenciais dos EUA em armas, e continuaremos a usar todas as ferramentas à nossa disposição para proteger a segurança nacional dos EUA e o povo americano. A ação de hoje, nosso primeiro uso das autoridades ICTS do Departamento de Comércio, demonstra o papel do Comércio em apoiar nossa defesa nacional e mostra aos nossos adversários que não hesitaremos em agir quando eles usarem sua tecnologia que represente um risco para os Estados Unidos e seus cidadãos.”, disse Raimondo.
Com a proibição, o produto russo não pode ser vendido no país e em seu site nos EUA a partir de 29 de setembro e a empresa não pode realizar atualizações de software e de segurança para os clientes.
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A Kaspersky planejava contestar o banimento na justiça, declarando que não participa de atividades que ameaçam a segurança nacional dos Estados Unidos. No entanto, a empresa russa escolheu encerrar as atividades a partir do dia 20 de julho, sob argumento de que o negócio "não é mais viável".
A empresa com sede em Moscou, tem 25 anos e mais de 400 milhões de clientes espalhados em 200 países e territórios, incluindo o Brasil.
Vazamento de dados nos EUA
A Kaspersky e os Estados Unidos se desentendem desde 2017, quando a empresa foi acusada pela Agência Nacional de Segurança (NSA) de vazamento de dados ao governo russo, o que foi negado.
Em 2022, a Comissão Federal de Comunicações (FCC) acusou a empresa de espionagem e a Kaspersky foi adicionada a uma lista de organizações que apresentam riscos à segurança nacional do país, o que foi negado novamente pela companhia russa.
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Acusações de espionagem na Alemanha
A empresa de cibersegurança também foi acusada na Europa, onde, na Alemanha, o BSI, ou Escritório Federal de Segurança da Informação, acusou a companhia de espionagem e recomendou aos alemães que desinstalassem o antivírus dos computadores, sob a alegação das relações com a Rússia.