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Tecnologia

Futuro da Mídia: já estão testando cheiro na tv

Jefferson Denti, da Deloitte, fala sobre as novas experiências que a tecnologia traz para o consumo do audiovisual

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jefferson denti é socio da deloitte
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Você com certeza já ouviu falar e bastante das transformações da tecnologia da revolução pela qual passa a mídia. Saiba que está só começando. Há muitas promessas para os próximos anos que podem surpreender o público que consome conteúdo.

O SBT News conversou com Jefferson Denti, sócio da Deloitte na área de Inteligência Artificial, que fala sobre metaverso e o comportamento do consumidor de mídia de conteúdo.

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SBT News -- Com as suas palavras nos defina o que é o metaverso?

Jefferson Denti -- Esse é um setor que a gente vê muita transformação e o metaverso é uma delas. Eu definiria o metaverso como uma confluência de tecnologias onde você tem tecnologias de game, tecnologias de Inteligência Artificial, 5G e muitas outras tecnologias convergindo para criar uma experiência imersiva para o público, para o consumidor de mídia, para o consumidor de conteúdo.

Então, essa é uma forte tendência que está acontecendo. Muitas empresas estão investindo fortemente nesse conceito e essa tecnologia que talvez, por meio futuro, que vai permear o futuro de mídia. Não só em mídia, mas em outros setores, mas especificamente em mídia pelo conteúdo e a imersão que ela proporciona.

SBT News -- É correto a gente pontuar que é a gente está apenas no início de um processo que promete ser muito amplo e que vai ser muito duradouro? 

Jefferson Denti -- Com certeza a jornada é longa. A gente só está começando, acho que o que a gente vê no mercado as marcas anunciando empresas de tecnologia testando, pilotando... São realmente uma fase piloto, de teste mesmo. Tanto do lado do público do consumidor como do lado da tecnologia. 

A gente tem muita evolução que vai acontecer. Como um exemplo, hoje a gente trabalha muito com essa questão sensorial da imagem, do sentido da imersão. 

"Mas, provavelmente no futuro a gente vai ter cheiro, a gente já tem toque, tem umas questões sensoriais que vão ser trabalhadas ao longo dessa jornada com a tecnologia".

A tecnologia de cheiro seria a última fase para a interatividade no metaverso, segundo especialista da Deloitte | SBT News

SBT News -- O toque é o quê? O toque digital a distância?

Jefferson Denti -- Pode ser a distância com as haptics technologies [referente ao tato e toque], que a gente chama ou pode ser com gadgets [dispositivos], luvas, coletes, bonés, meias e vários sensores que encostam na pele, que encostam no ser humano e você pode ter essa percepção sensorial.

SBT News -- E você falou até de cheiro... É verdade?

Jefferson Denti -- Cheiro. Esse é o talvez seja o maior desafio e a última fase. Porque, você precisa ter tecnologia apropriada para isso. Mas já existem vários players no mercado que estão testando esse tipo de tecnologia.

"Isso se espera daqui cinco, 10 [anos], não dá para precisar a data de quando vai acontecer". 

SBT News -- Falando de cinco, dez anos, nem parece tanto... Para você imaginar que pode acionar um determinado dispositivo e ser impactado pelo aroma de uma comida que está sendo produzida... É alguma coisa nessa linha?

Jefferson Denti -- Nessa linha! E aí você pode ter até uma lembrança passada e associar isso tudo emotivamente e sensorial. Não é muito tempo, se a gente pensar que tudo isso está acontecendo de 2021 para cá, esse novo conceito. Lógico, que existe há muito mais tempo. Mas, veio à tona apenas há dois anos, um ano e meio, dois anos...

SBT News -- Para você que é um especialista, o que te enche mais os olhos nesse universo de possibilidades que estão se abrindo?

Jefferson Denti -- Acho que primeiro a transformação que o setor está passando. A gente vivenciou isso em outros setores.

"Eu acho que o setor de mídia passa por essa transformação digital onde tem muito essa questão do desaprender para aprender, reinventar todo o modelo e todo o processo". 

Acho que esse é a primeira grande questão que vem a minha mente, primeiro ponto que mexe mais conosco.

E segundo, a possibilidade do Brasil construir algo novo. Acho que a gente, diante dessas tecnologias, a criatividade do brasileiro, o empresariado brasileiro, a gente consegue criar alguma coisa muito única e, quem sabe, até, exportar tudo isso para o mundo.

SBT News -- A demanda original autêntica, que parte do próprio consumidor em alguma medida, ela já ajuda no desenvolvimento de tecnologia, no desenvolvimento de linguagem e no desenvolvimento de conteúdos?

Jefferson Denti -- Eu diria que é um ciclo fechado, a tecnologia provoca influência e o consumidor reage. O que acontece hoje com o público e consumidor, ele quer um conteúdo mais imersivo, ele quer um conteúdo mais participativo. 

"Qualquer índice que a gente olhar você percebe que quando a audiência cai justamente por não ter estas questões de participação, de imersão, o meta de interação, de fazer junto, então sim". 

O consumidor influencia muito no formato, na construção do conteúdo, mas também é muito influenciado pela tecnologia, da capacidade que ela traz para fazer isso. 

Então, diria que é um ciclo de colaboração as duas coisas.

SBT News -- No caso, o brasileiro tem um gostinho pela tecnologia também. É impressão que a gente tem, o brasileiro gosta de conhecer, de pesquisar, de experimentar, me parece... 

Jefferson Denti -- Muito... Não só nesse setor, mas em outros setores. Eu estava comentando até na palestra no setor de dados IA, o Brasil desponta desde sempre, um dos primeiros, o brasileiro é early adopter seja no individual ou nas empresas. 

Usa muito a tecnologia em várias delas. Seja ela celular, seja ela em tecnologia da informação, o brasileiro tem este hábito, tem esse viés, tem essa cultura de usar tecnologia.

Segundo Denti, o Brasil desponta por ter uma população que gosta de tecnologia | SBT News

SBT News -- Posso nesse elemento que você traz, associado à capacidade de criação do brasileiro que você já mencionou, posso pensar numa associação desses dois elementos como possibilidade para fazer a economia girar a partir do desenvolvimento de novos negócios, desenvolvimento de novas possibilidades, aqui no Brasil...

Jefferson Denti -- Com certeza. Acho que esse é o caminho para inserção digital da economia digital no Brasil. O brasileiro é muito criativo, a gente tem talentos aqui no Brasil.

Gostamos de tecnologia, o que a gente precisa é agregar tudo isso e orquestrar. A iniciativa privada, a vontade do brasileiro, iniciativa pública, orquestrando muito bem isso, com certeza, o Brasil desponta pela cultura e pelo hábito que tem de usar tecnologia, a criatividade. 

SBT News --  Qual é o número em termos de data que te chama atenção? Olha quando a gente chegar neste ponto, a gente terá tal coisa... 

Jefferson Denti -- É difícil precisar datas. Porque isso de mais ou menos é porque tem uma questão de interesse de cada organização, tem uma questão de orçamento. Mas, o mercado mira muito 2030 como uma data target por uma grande transformação. 

"Essa nossa jornada vai aqui de 2022 a 2030 agregando tecnologia, a criatividade, conhecimento e conteúdo para que a gente chegue no ápice perto de 30". 

É isso que são os estudos demonstram, pode ser um pouco depois, um pouco antes. 

SBT News -- Olha que 30 tá logo aí.

Jefferson Denti -- É perto.

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Produção e entrevistas por Cido Coelho e Guto Abranches
Edição de imagens: Cézar Camilo
Edição por Cido Coelho

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