Vereadores cariocas são proibidos de ganharem dinheiro com o YouTube
Aprovação de lei ocorre diante de denúncias contra Gabriel Monteiro
Nenhum vereador do Rio de Janeiro poderá usar o YouTube ou alguma outra plataforma digital para monetizar. Ou seja: os parlamentares cariocas estão proibidos de ganharem dinheiro por meio das redes sociais. É o que determina lei municipal promulgada na última 4ª feira (4.mai).
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A proposta foi aprovada por unanimidade, sinaliza o site oficial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Oficialmente, a nova lei visa impedir que os políticos locais faturem a partir de conteúdos que tenham relação com a própria atividade pública ou que usem dinheiro do contribuinte para produzir tais materiais.
A nova lei carioca entra em vigor no momento em que um dos vereadores do próprio Rio de Janeiro é alvo de denúncias. Gabriel Monteiro foi acusado, por exemplo, de manipular vídeo em que aparece ao lado de policiais em uma operação. Filiado ao PL, Monteiro conta com mais de 6 milhões de inscritos em seu canal no YouTube. Os vídeos publicados por ele na plataforma costumam passar de um milhão de visualizações.
Um dos autores da proposta, Chico Alencar (PSol) comemorou a promulgação da lei. Além disso, ele sinaliza a necessidade de os vereadores terem somente uma única fonte de renda durante o mandato: o salário recebido da Câmara Municipal.
"É um passo republicano para cortar qualquer promiscuidade entre o interesse público e o privado."
"Essa Câmara inova ao proibir o financiamento de canais e programas de comunicação na internet quando o conteúdo é a própria atividade pública, já devidamente remunerada", declarou Alencar. "Lucrar para além da nossa remuneração com atividades inerentes às prerrogativas do mandato, nunca mais! Esse é um passo republicano para cortar qualquer promiscuidade entre o interesse público e o privado."
Exemplo a ser seguido?
Líder do governo na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, Átila Alexandre Nunes (PSD) foi além de vibrar com a aprovação da lei. Para ele, que é aliado e colega de partido do prefeito Eduardo Paes, o Legislativo carioca foi responsável por ação que se tornará tendência em outras cidades.
"Essa Câmara está fazendo história e será uma referência."
"Tenho certeza que essa Câmara está fazendo história e será uma referência para os parlamentos de todo o Brasil ao suprir essa lacuna", afirmou Nunes. "As prerrogativas parlamentares estavam sendo utilizadas para a própria remuneração do parlamentar", comentou o vereador, mas sem mencionar diretamente Gabriel Monteiro ou algum outro colega da política.
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