PF faz operação para prender 31 suspeitos de esquema que vendeu 43 mil armas a facções criminosas
Mandados são cumpridos no Brasil, nos Estados Unidos e no Paraguai. Grupo movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão em três anos
Felipe Moraes
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta 3ª feira (5.dez), a Operação Dakovo, mirando esquema de tráfico ilícito de armas da Europa para a América do Sul. Em três anos, suspeita-se que o grupo movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão na venda de 43 mil armas às principais facções criminosas do país.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Ao todo, a ação envolveu 31 mandados de prisão (25 preventivas e 6 temporárias) e 54 de busca e apreensão no Brasil, nos Estados Unidos e no Paraguai.
No Brasil, as medidas foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador (BA) e cumpridas nas seguintes cidades: Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Foz do Iguaçu (PR), Praia Grande (SP), Ponta Grossa (PR), Rio de Janeiro (RJ), São Bernardo do Campo (SP), São Paulo (SP) e Sorocaba (SP).
Importação ilegal de milhares de armas
Segundo as investigações, em curso no Grupo de Investigações Sensíveis da Polícia Federal na Bahia (GISE/SR/PF/BA), uma empresa sediada em Assunção (Paraguai) era responsável pela importação de milhares de pistolas, fuzis e munições de fabricantes de quatro países europeus (Croácia, Eslovênia, República Tcheca e Turquia).
O esquema funcionava da seguinte forma: as armas chegavam ao Paraguai, eram raspadas e vendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira com o Brasil; depois, ocorria a revenda a facções criminosas brasileiras.
Em três anos de investigações, houve 67 apreensões, totalizando 659 armas interceptadas, em dez estados (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina).
O caso começou a ser apurado em 2020, em Vitória da Conquista (BA), quando a polícia da cidade prendeu em flagrante dois suspeitos com 23 pistolas de origem croata, dois fuzis com indícios de adulteração, munições e carregadores.
A ação de hoje foi conduzida pela PF na Bahia em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e cooperação internacional com a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad/PY) e o Ministério Público do Paraguai.
Também participaram da Dakovo a Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (Ficta), composta pela Homeland Security Investigations (HSI), nos EUA, e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), sob supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.
Leia também: