Ataques a escolas crescem nos últimos dois anos no Brasil, aponta estudo
Foram 37 ataques desde 2001, com 40 mortos (a maioria alunos) e 102 feridos. Escalada preocupa autoridades
SBT News
Mais da metade dos 37 ataques de violência extrema em escolas no país aconteceram nos últimos dois anos. Esta é uma escalada preocupantes. Dados inéditos, divulgados por um estudo organizado pela Unesp e Unicamp, mapeou todos os atentados ocorridos no país entre 2001 e outubro de 2023. Neste último, uma aluna foi morta em uma escola estadual em Sapopemba, na zona leste de São Paulo.
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Em todos este ataques, 40 pessoas morreram e 102 ficaram feridas. A maioria das vítimas são alunos das escolas. Cinco agressores se suicidaram.
Apesar da grande maioria dos casos ter ocorrido em escolas pública, 25 foram em unidades consideradas de padrão socioeconômico alto, ou médio alto, pelos critérios do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
Os agressores eram, na grande maioria, alunos das próprias escolas. Todos do sexo masculino, com idades entre 10 e 25 anos. A maioria brancos.
O perfil traçado no estudo também mostra que os autores tinham poucas relações interpessoais. Buscavam fama, viam a escola como um lugar de sofrimento, odiavam as mulheres e eram simpáticos a ideais racistas e nazistas.
A arma de fogo foi o principal instrumento usado, seguido de faca e coquetel molotov. Em oito dos 17 casos com armas de fogo, o agressor já tinha o armamento em casa.
O relatório também traz dez recomendações para aumentar a segurança nas unidades de ensino, como controle de armas, maior regulação de plataformas digitais, fortalecimento do trabalho de inteligência e investimentos na educação e em projetos de lazer e cultura.
Segundo Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades e ex-secretária de Educação do Rio de Janeiro, a prevenção a fatores que levam aos ataques também é importante. "Psicólogos, assistentes sociais que possam apoiar os professores, formar os professores, ajudar os professores a detectar sinais e encaminhar para alguma forma de tratamento", diz Costin.