Vídeo mostra PM matando jovem que estava rendido em São Paulo
Policial afirma que disparo durante abordagem foi acidental

SBT News
Um vídeo, divulgado nas redes sociais, mostra o momento em que um policial militar atira em um homem que está com os braços para cima, em São Paulo. A vítima, de 24 anos, morreu no local. Para a Secretaria da Segurança Pública, o disparo foi acidental.
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A imagem gravado por um morador mostra Matias Menezes Caviquiole sendo abordado pelo PM. Rendido, ele coloca as mãos para o alto. Quando vira de frente, o policial atira. Baleado, ele ainda caminha para trás e cai no chão.
"Ele já rendido, com a mão pra cima, a polícia deu um tiro no peito de meu filho. Por que ele não deu um tiro na perna?", questiona Jocelia Menezes dos Santos, mãe do jovem, que trabalhava como ajudante de pedreiro.
O crime foi na manhã de domingo, em uma comunidade, na zona sul da capital paulista. Segundo a polícia, Matias teria tentando impedir uma abordagem a um suspeito que tentava fugir em uma moto roubada.
Não é o que diz uma testemunha, que não quis se identificar: "o policial vinha em uma moto, nisso parou do lado do Matias, o Matias estava em frente a minha casa e com a moto, parou e já foi batendo no Matias com o cassetete. Não foi ele que tava na moto, não foi ele que roubou, não sei porque o policial parou e já foi batendo nele".
A mãe diz que Matias foi agredido pelo policial: "a cara do meu filho tá irreconhecível de tanto apanhar, não precisava ter feito isso".
A corregedoria da Polícia Militar abriu inquérito para apurar o caso. O soldado que fez o disparo disse que atirou sem querer. Ele está preso e vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A morte de matias também é investigada pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Em depoimento, Dernival Santos Silva disse que Matias derrubou o cassetete que estava em suas mãos e que, de repente, se viu sob grave ameaça, que sacou a arma para a sua segurança e, que ao tentar pegar o cassetete que estava no chão, foi surpreendido por um disparo acidental.
No boletim de ocorrência, o delegado confirma que a câmera corporal que o soldado carregava gravou a abordagem e afirma que o policial atirou sem querer.
"Se foi um tiro acidental, é ainda mais grave porque demonstra a falta de técnica do manejo no armamento, demonstra que a abordagem foi mal sucedida porque terminou com a morte de um civil", afirma Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo.
De julho a setembro deste ano, 106 foram mortas durante confrontos com a Polícia Militar no estado, segundo a Secretaria da Segurança Pública, um aumento de 53,7% em comparação com o mesmo período do ano passado.