Segurança de restaurante é vítima de ataques racistas no RJ
Em outro caso de racismo, influenciadoras acusadas prestaram depoimento nesta 2ª feira
Mateus Koelzer
Duas influenciadoras, mãe e filha, acusadas de racismo, prestaram depoimento nesta 2ª feira (12.jun), no Rio de Janeiro. A polícia do Rio também investiga um outro caso de racismo, contra o segurança de um restaurante.
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Tudo começou por causa de um banco na calçada. É onde Lucas Rodrigues Neves trabalha como segurança de um restaurante em Ipanema. Mesmo local onde ele foi insultado pelo advogado Aloysio Augusto da Cunha, que não aceitou a presença do funcionário na calçada em frente ao prédio onde mora. Em vídeos gravados por clientes, o filho do advogado também aparece reclamando do segurança.
Lucas registrou dois boletins de ocorrência por racismo: o primeiro, em maio e o outro, no último sábado (10.jun). Contudo, o caso só ganhou repercussão depois que clientes que estavam no restaurante saíram em defesa dele e foram até a delegacia prestar depoimento.
"Eu fui lá e falei pra ele: o senhor é dono da calçada? Aí, ele disse assim: eu pago uma taxa muito alta de condomínio, se a senhora quer saber. E ele não pode ficar sentado na minha calçada. Na verdade, ele estava parando o restaurante do almoço inteiro. Ele tava atrapalhando todo mundo", contou um dos clientes.
O segurança disse que as humilhações são frequentes:
"Me chamou de vagabundo, me chamou de favelado, disse que eu tava favelizando a calçada dele, que é um ambiente público onde qualquer um pode ficar. A única coisa que quero é justiça. É o meu pedido, é o meu apelo e é pelo que vou lutar até o final", afirma Lucas.
Porém, mais uma vez, Lucas ficou sem respostas. O advogado foi intimado a depor em uma delegacia no Leblon, na zona sul do Rio. Contudo, o idoso não compareceu, pois a defesa alegou problemas de saúde. Ele é esperado na próxima 4ª feira (14.jun).
Também nesta 2ª feira (12.jun), as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, estiveram na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos por Intolerância. Mãe e filha são acusadas de racismo recreativos -- que é atacar uma pessoa negra com a intenção de se divertir --. As duas gravaram vídeos dando bananas e macacos de pelúcia a crianças negras. Elas não falaram com a imprensa. A Justiça ordenou que as imagens fossem retiradas do ar.
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