Movimento contra assédio ganha força em bares de São Paulo
Funcionários de estabelecimentos são treinados para identificar sinais de importunação

Luciano Teixeira
Em São Paulo, as mulheres ganharam reforço na defesa contra o assédio em bares. Um movimento, liderado por uma startup e uma empresa de bebidas, treina garçons e funcionários para evitarem a importunação.
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Uma mesa com mulheres conversando é, para muitos homens, o convite para uma cantada. A atitude, no entanto, pode gerar incômodos. O bilhete que circulava de uma mesa para outra e era entregue pelo garçom para as mulheres está no passado ou com os dias contados. Pelo menos, se depender de um grupo de bares da capital paulista.
Em um bar da cidade, os funcionários são treinados para identificar os sinais de assédio. "Tem que perguntar para mulher se ela concordou de ir até à mesa e sentar. Se ela não gostou, falo com o cara", disse o maître Francinaldo Alves Lopes, em entrevista ao SBT.
A atitude ganhou força após um estudo realizado com 2 mil mulheres. Ao menos duas em cada três clientes (66%) e oito em cada dez funcionárias (78%) disseram que já sofreram assédio. O treinamento começou há 20 dias e será expandido para outros 4 mil estabelecimentos no país. Quem participa, é orientado a ajudar as vítimas e até chamar a polícia. Quanto aos locais, recebem o selo Bar Livre de Assédio.
"A nossa brigada consegue identificar situações em que a mulher está sendo vítima de assédio ou prestes a ser. [Além disso, consegue ter] uma intervenção que evite uma situação de violência e que, por ventura, obrigue a mulher a deixar o bar", apontou Ana Addobatti, diretora dos Bares Livres de Assédio.
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