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Saúde

Por que os casos de dengue caíram 78,8% em 2025?

Mesmo com a queda em comparação a 2024, ano continua sendo um dos cinco com mais registros da doença

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Doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti | Pixabay
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O Brasil registrou uma queda de 76,2% nos casos de dengue nos primeiros seis meses de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.

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Foram 1,28 milhão de casos até a 26ª semana epidemiológica, encerrada em 28 de junho, ante os 5,74 milhões contabilizados em 2024, ano em que foi registrado o recorde de infecções e mortes pela doença desde o início da série histórica, em 2000.

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A queda também foi registrada nos óbitos. Foram 1.442 mortes confirmadas no primeiro semestre de 2025, número significativamente menor que os 6.034 óbitos do mesmo período do ano anterior, uma redução de 76,1%.

Apesar da melhora nos indicadores, o alerta continua. Mesmo com a queda, os números de 2025 colocam o ano entre os cinco com mais casos (ficando atrás de 2015, 2019, 2023 e 2024) e o segundo com mais mortes desde que o monitoramento começou.

Por que o número de casos caiu?

A diminuição nos registros pode estar relacionada ao baixo índice de chuvas do verão deste ano. É o que aponta o infectologista Renato Grinbaum.

"A dengue tem uma relação direta com o clima e isso significa a melhor proliferação do mosquita, o que explica, em grande parte, o que aconteceu", explica

A segunda causa é que o surto do ano passado gerou imunidade nas pessoas, uma vez que a maior parte das pessoas foi infectada com um dos quatro tipos da doença.

"Só aconteceria uma outra grande epidemia se houvesse a introdução de um outro subtipo da dengue, o que não ocorreu", ressalta Renato.

Vacinação não teve influência direta

O Brasil incorporou a vacina Qdenga ao Calendário Nacional de Vacinação em 2024, mas o imunizante tem aplicação restrita a adolescentes entre 10 e 14 anos de regiões com alta incidência da doença, conforme definição do Ministério da Saúde.

Para Grinbaum, a vacinação não teve influência direta na redução de casos, uma vez que a principal função do imunizante é evitar que a segunda contaminação por dengue não seja grave, como os casos da doença que ocorrem hemorragia.

"Os principais pilares da prevenção continuam sendo evitar criadouros de mosquitos, água parada, dentre outras medidas de higiene e saúde", pontua.

Todo mundo pode receber a vacina?

Apesar de o Ministério da Saúde ter definido um grupo prioritário, a Qdenga é indicada para a prevenção da dengue em pessoas dos 4 aos 60 anos (mas há restrições; veja mais abaixo) e é comercializada pela rede privada.

Os valores do imunizante variam de estado para estado. Em um levantamento feito pelo SBT News, foram encontradas doses com preços entre R$ 349 e R$ 490. Como são necessárias duas doses, o esquema completo pode custar até R$ 980.

O imunizante pode ser encontrado em farmácias, laboratórios e clínicas de vacinação de todo o país.

Quem não pode se imunizar?

  • Quem apresentou hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior de Qdenga;
  • Pessoas com imunodeficiências primárias ou adquirida;
  • Pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas;
  • Gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando).
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