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Saúde

Por que a fertilidade pode ser influenciada pelas bactérias? Entenda

Estudos revelam que o equilíbrio da flora bacteriana no corpo pode influenciar diretamente as chances de engravidar; saiba mais

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Equilíbrio da flora intestinal pode aumentar as chances de gravidez | Freepik
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Engravidar é um sonho para muitos casais, mas nem sempre é simples. A ciência da fertilidade tem evoluído muito, e uma das descobertas mais promissoras dos últimos anos tem a ver com algo invisível aos olhos, mas essencial para a saúde: as bactérias que vivem no nosso corpo.

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Nos últimos anos, a pesquisa científica começou a olhar com mais atenção para esse universo invisível, porém fundamental para nossa saúde: o microbioma – conjunto de trilhões de bactérias que vivem em diferentes partes do corpo. E agora, os estudos mostram que essas bactérias podem ter um papel direto na fertilidade feminina e masculina, podendo ser aliadas ou obstáculos.

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O papel do microbioma na fertilidade feminina

O microbioma é o nome dado a todas as bactérias que convivem em harmonia conosco, especialmente no intestino, na vagina, no útero e até no sêmen. Muitas dessas bactérias são benéficas, pois ajudam a equilibrar hormônios, reduzir inflamações e proteger contra infecções.

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Mas quando há um desequilíbrio – chamado de disbiose – essa relação pode se tornar prejudicial e comprometer as chances de engravidar. No trato reprodutivo feminino, o microbioma genital, composto principalmente por bactérias do gênero Lactobacillus, tem papel fundamental na:

  • Proteção contra infecções;
  • Regulação do pH vaginal;
  • Melhora da taxa de sucesso em tratamentos como a fertilização in vitro.

Estudos mostram que mulheres com desequilíbrio na microbiota genital (com poucos Lactobacillus e maior diversidade bacteriana) podem apresentar:

  • Menores taxas de implantação do embrião;
  • Aumento da inflamação uterina;
  • Redução das chances de gravidez.

Outro ponto importante é o papel do estroboloma – grupo de bactérias intestinais que metaboliza o estrogênio. Quando esse sistema está desregulado, pode haver excesso de estrogênio no corpo, o que está relacionado a doenças como a endometriose e à infertilidade.

E a fertilidade masculina?

O microbioma masculino também merece atenção. O sêmen possui um microbioma próprio, e algumas bactérias presentes ali influenciam diretamente a saúde dos espermatozoides. Micro-organismos benéficos ajudam na motilidade e na integridade dos espermatozoides, enquanto outros podem comprometer sua função.

Além disso, estudos indicam que os micro-organismos podem ser compartilhados entre parceiros, o que significa que o desequilíbrio do microbioma em um pode afetar o outro – reforçando a ideia de que a fertilidade deve ser pensada em conjunto.

Como cuidar do microbioma para melhorar a fertilidade

Embora as pesquisas ainda estejam em andamento, os especialistas já sugerem algumas estratégias para manter um microbioma saudável e favorecer a fertilidade:

Adotar uma alimentação rica em fibras, prebióticos e probióticos (como frutas, legumes e alimentos fermentados):

  • Reduzir o uso desnecessário de antibióticos;
  • Usar probióticos vaginais e intestinais com orientação médica;
  • Investigar desequilíbrios no microbioma antes de tratamentos de fertilidade.

A fertilidade vai além de hormônios, óvulos e espermatozoides. Ela depende também de um ambiente equilibrado no corpo – um verdadeiro ecossistema. Por isso, é importante que a ciência continue investigando fatores menos conhecidos, como o microbioma, que ainda não são detectados nos exames tradicionais. Entender e cuidar desse equilíbrio pode abrir novos caminhos para ajudar casais que têm dificuldade para engravidar.

A ciência está apenas começando a explorar esse universo invisível. Mas uma coisa já está clara: as bactérias que vivem conosco podem ser grandes aliadas no sonho de formar uma família.

*Maria Cecília Erthal é médica especialista em Reprodução Assistida e membro da Brazil Health credenciada pelo CRM 408660 RJ – RQE 30301

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