Número de transplantes de rim feitos no Brasil ainda não supera o do período pré-pandemia
Em 2023, foram realizados pouco mais de seis mil procedimentos, sendo que atualmente, cerca de 32 mil pessoas estão na lista de espera
Simone Queiroz
O número de transplantes de rim feitos no Brasil ainda não supera o do período pré-pandemia. Em 2023, foram realizados pouco mais de seis mil procedimentos, sendo que atualmente, cerca de 32 mil pessoas estão na lista de espera. Para tentar mudar esse cenário, o Conselho Nacional de Justiça lançou uma autorização, assinada digitalmente, para quem quiser formalizar o desejo de ser um doador de órgãos.
A esposa de Guilherme, Valéria, de 36 anos, é uma das pessoas que morreram na fila de espera. No ano passado, o SBT Brasil mostrou a rotina que ela enfrentava: três sessões de hemodiálise por semana, porque os rins não funcionavam. Em uma das sessões, o acesso usado para a terapia entupiu.
+ Planos de saúde terão que fornecer remédio para dermatite atópica
“A Valéria já fazia há muito tempo hemodiálise por esse acesso e é comum entupir e precisar fazer um procedimento pra você liberar. O pessoal coloca um stent no lugar pra fazer a liberação da veia que tá entupida”, conta Guilherme.
Durante o procedimento, Valéria teve uma parada cardíaca. Depois de vários dias em coma, ela não resistiu. Ela deixou uma filha, de quatro anos.
+ Número de pessoas com câncer pode aumentar 77% até 2050, diz estudo
“Ela queria viver, queria se divertir, o sonho dela era acabar com essa parte do tratamento para poder viajar com a filha dela
A doação de rim é possível é possível após constatada a morte cerebral, que é irreversível. Agora, no Brasil, essa vontade pode ser manifestada em vida com a autorização eletrônica de doação de órgãos, registrada na internet.
O diretor clínico do Hospital do rim, unidade que mais realiza transplantes no mundo, vai além: “A forma mais potente que nós temos de impulsionar a doação de órgãos no Brasil é cada um de nós enquanto vivos avisarmos a nossa família”, explica ele. A escolha de quem vai receber o órgão é definida por uma lei federal.
+ Mosquito da dengue ou pernilongo? Saiba como diferenciar insetos
“Através de uma compatibilidade genética e, sem dúvida, quanto maior for o número de doadores, maior é a chance de um paciente que tá a espera de um rim, encontrar um doador compatível”, complementa.
