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Saúde

Lipedema não é obesidade: entenda a diferença e como lidar com condição

Doença pode estar relacionada ao excesso de peso, mas não só; conheça opções de tratamento

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lipedema
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O lipedema é uma condição médica frequentemente mal compreendida, que afeta muitas mulheres no Brasil e no mundo. É caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura, especialmente nas pernas e, em alguns casos, nos braços. Diferente da obesidade, o lipedema pode ocorrer mesmo em pessoas com peso normal. Além do acúmulo de gordura, a doença pode causar dor, sensibilidade, problemas na circulação e outros sintomas.

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Quais os principais sintomas do lipedema?

● Inchaço – As áreas afetadas, geralmente as pernas, podem apresentar inchaço e sensação de retenção de líquidos, que muitas vezes não melhoram com a elevação das pernas;

Dor e sensibilidade – Muitas mulheres relatam dor, sensação de peso e cansaço nas áreas afetadas, que também podem ser sensíveis ao toque;

Manchas roxas – Podem aparecer com frequência e de maneira espontânea;

Alterações na pele – A pele das regiões acometidas pode ter maior tendência à flacidez, além de apresentar irregularidades que podem ser confundidas com celulite.

Desproporção corporal – A condição leva a uma desproporção entre a parte inferior e superior do corpo, causando desconforto psicológico e estético;

● Alterações ortopédicas – Em casos avançados, o excesso de gordura pode causar sobrecarga nas articulações, levando a dificuldades para caminhar e realizar atividades corriqueiras.

Esses sintomas podem impactar a qualidade de vida, levando a limitações físicas e emocionais nas pacientes portadoras da doença.

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Fatores de risco e diagnóstico

O lipedema é quase exclusivo das mulheres, mas também pode afetar homens. Trata-se de uma doença multifatorial, com grande associação a alterações hormonais, como as que ocorrem durante a puberdade, a gravidez ou a menopausa. Alguns fatores de risco incluem:

● Histórico familiar – Muitas mulheres com lipedema têm parentes que também sofrem da condição, sugerindo uma predisposição genética;

Alterações hormonais – O lipedema pode ser desencadeado ou agravado por flutuações hormonais;

O diagnóstico do lipedema pode ser desafiador, pois os sintomas são frequentemente confundidos com outras condições, como linfedema ou obesidade. O diagnóstico é clínico, realizado por um médico especialista, após uma análise minuciosa das queixas e do histórico pessoal da paciente, associada a um exame físico detalhado. Não existe um exame específico para o diagnóstico, mas exames complementares podem ser solicitados para guiar o tratamento.

A avaliação precoce é essencial para o manejo adequado da condição. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar que a doença evolua e cause complicações, como problemas circulatórios e dor crônica. Identificar o lipedema logo no início possibilita a implementação de estratégias de manejo mais eficazes, minimizando o impacto na qualidade de vida da paciente.

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Causas e predisposição genética

As causas exatas do lipedema ainda não são totalmente compreendidas, mas acredita-se que fatores hormonais e genéticos desempenhem um papel crucial. A condição é frequentemente observada em mulheres, o que sugere que os hormônios femininos influenciam seu desenvolvimento. Além disso, a predisposição genética é um fator importante, já que muitas mulheres com lipedema têm familiares que também apresentam a condição.

Controle e tratamento

Embora não exista cura definitiva para o lipedema, diversas abordagens podem ajudar a aliviar os sintomas e controlar a condição. A base do tratamento está na mudança do estilo de vida.

Dieta saudável – Uma alimentação rica em legumes, frutas, verduras, grãos integrais e proteínas magras, com baixo consumo de produtos industrializados, embutidos e doces, deve ser personalizada de acordo com as necessidades individuais de cada paciente, levando em conta alergias e intolerâncias alimentares;

● Atividade física – Exercícios físicos orientados por profissionais, que considerem as queixas e o estágio da doença, são fundamentais para o controle do lipedema;

● Evitar álcool e tabagismo – Parar de fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são medidas essenciais para minimizar os impactos da doença;

Terapia de compressão – O uso de meias elásticas, fisioterapia com drenagem linfática e a correção de alterações musculoesqueléticas associadas podem ser indicados para aliviar os sintomas;

● Medicação e suporte psicológico – Em alguns casos, medicamentos para minimizar os sintomas podem ser necessários, assim como acompanhamento psicológico, para lidar com o impacto emocional da condição.

A cirurgia para lipedema pode ser indicada em casos avançados, com grandes volumes de gordura ou significativo desconforto estético. No entanto, a cirurgia só deve ser considerada após a implementação de todas as medidas de mudança de estilo de vida, pois, sem a adoção de hábitos saudáveis, há um alto risco de recidiva da doença.

Além da dieta equilibrada e da atividade física regular, outros cuidados importantes incluem controle do estresse, hidratação adequada e sono de qualidade, fatores essenciais para manter a doença sob controle.

O que fazer?

O lipedema é uma condição que pode ter impacto significativo na saúde e na qualidade de vida das mulheres que a enfrentam. Compreender suas causas, sintomas e efeitos na saúde é o primeiro passo para buscar ajuda. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar um tratamento eficaz e melhorar a qualidade de vida.

A adoção de hábitos saudáveis e a busca por estratégias de manejo com acompanhamento médico especializado podem fazer uma diferença significativa na gestão do lipedema.

Se você suspeita que pode ter essa condição, consulte um médico especialista para uma avaliação adequada e comece a tomar medidas para cuidar da sua saúde.

*Andréa Klepacz é cirurgiã vascular – CRM SP 128575 RQE Nº: 51419

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