Hospitais em SP registram aumento nos casos de pneumonia infantil; especialistas explicam
Unidade municipal fez 675 atendimentos para a doença na ala pediátrica até junho, 180 casos a mais do que no mesmo período de 2023
O Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, em São Paulo, realizou 675 atendimentos por pneumonia no pronto atendimento pediátrico nos seis primeiros meses de 2024. No mesmo período do ano anterior, foram 495.
O aumento na incidência de doenças respiratórias tem relação com a queda nas temperaturas da capital paulista em consequência da chegada do outono e do interno, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Pneumonia silenciosa
Essa é uma das principais preocupações entre as autoridades da saúde na cidade. De acordo com Magali Lumertz, pneumologista pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologista e Tisiologia, a 'pneumonia silenciosa' é causada por uma bactéria chamada Mycoplasma, que afeta especialmente as crianças maiores de cinco anos.
"Tem se observado [essa bactéria] em São Paulo e outras regiões. Ainda não é possível precisar, mas ela causa um tipo menos grave da doença. Ela preocupa, no entanto, pela possibilidade de confusão com um resfriado comum antes de se agravar", disse.
Ao SBT Brasil, a dona de casa Renata relatou que sua filha Brenda apresentou episódios de tosse e sintomas de uma gripe comum. "Ela também teve febre, procuramos um hospital e recebemos o diagnóstico de um resfriado forte", disse. A garota passou por exames na unidade, e dias depois recebeu o novo diagnóstico, de pneumonia.
No hospital particular Sabará, referência no atendimento pediátrico na capital paulista, o número de casos de pneumonia em geral aumentou 84% nos seis primeiros meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2023.
Miriam Eller, pneumologista pediátrica do hospital, afirmou que "o quadro de crianças que necessitaram de unidade de terapia intensiva, porque evoluíram com derrame, que é o líquido no pulmão, com necessidade de procedimento cirúrgico, e um tempo de internação mais prolongado. Ainda são exceções, mas quadros que não se viam antes e passamos a ver neste ano".