Ana Paula Siebert diz que DIU se deslocou para o abdômen; entenda os riscos
Segundo especialista, a maioria dos dispositivos pode permanecer no útero entre 3 a 12 anos, mas precisa ser avaliado em consultas de rotina
Wagner Lauria Jr.
Ana Paula Siebert, esposa do empresário Roberto Justus, precisou fazer uma cirurgia de emergência para a retirada de um DIU. O motivo é que o próprio corpo estava tentando expelir o dispositivo, que acabou perfurando o útero e parando no abdômen.
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"Isso é uma coisa que eu nunca imaginei que pudesse acontecer, e pode ser muito perigoso. Se você não pega logo, se entra no intestino... O meu estava muito próximo", disse.
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Por que isso pode acontecer?
Segundo a ginecologista do Hospital São Paulo Zsuzanna Di Bella, como o útero é um órgão muscular, ele contrai durante a menstruação, na gestação, na relação sexual e durante o trabalho de parto e também pode contrair na presença de um DIU (Dispositivo Intrauterino).
No entanto, segundo ela, o risco do deslocamento do DIU é menor que 1% e, na maior parte das vezes, vai para o colo do útero. É mais comum em caso de DIUs não hormonais.
Como aconteceu com Siebert, em que o dispositivo se deslocou para o interior da cavidade abdominal, é ainda mais raro, e acontece em 0,3% dos casos, segundo ela. A especialista ressalta que o deslocamento pode ser assintomático, como pode vir acompanhado de dores e sangramentos (veja mais detalhes abaixo).
"Quando você põe, tem que ficar fazendo exames de rotina, para ver como é que ele está, se está na posição correta. É muito seguro, mas comigo aconteceu uma coisa muito, muito rara: o meu corpo tentou expulsar ele", disse.
Segundo a especialista, a depender do tipo de DIU, ele pode permanecer no útero entre 3 a 12 anos. Em caso de deslocamento, a especialista indica o procedimento realizado por Siebert, a videolaparoscopia, que é minimamente invasiva. A retirada é feita sob efeito de anestesia e a recuperação considerada rápida.
É seguro inserir o DIU novamente?
Em geral, para pessoas que já vivenciaram essa situação pode ser mais arriscado. Outra situação de risco são úteros com camada muscular mais fina.
É possível prevenir?
De acordo com Zsuzanna, não existe prevenção para essa situação, mas o diagnóstico é feito pela avaliação do tamanho do fio do DIU e pela ultrassonografia endovaginal.
Por isso a especialista recomenda o acompanhamento após a inserção do DIU por pelo menos uma vez por ano. Fatores como o DIU em posição incomum devem ser avaliados.
"Quando detectado que o DIU não está posicionado no útero pela ultrassonografia, o próximo passo é realizar uma radiografia do abdome para localizá-lo", explicou.
Além disso, quando ocorre padrão de sangramento desfavorável, anemia ou falta de ferro por sangramento em grande quantidade ou por cólicas fortes, pode ser indicado sua retirada.