PT tenta barrar mudança de domicílio eleitoral de deputada Rosangela Moro
Política eleita por São Paulo pediu mudança para o Paraná; troca se dá em meio a possível cassação de Sergio Moro. Se confirmada, haverá nova eleição
Diretórios do Partido dos Trabalhadores (PT) tentam barrar um pedido de transferência de domicílio eleitoral apresentado pela deputada federal Rosangela Moro (União). Eleita por São Paulo, ela quer fazer a mudança para o Paraná, onde a Corte Eleitoral vai analisar uma possível cassação do senador Sergio Moro (União-PR). Os dois são casados e, caso o mandato dele seja retirado, a mudança permite que ela concorra ao Senado pelo Paraná.
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O pedido contra a mudança foi protocolado pelo PT em São Paulo, na sexta-feira (8), e foi apresentado no mesmo local que avalia a possível cassação, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
“A transferência do domicílio eleitoral da deputada Rosângela Moro implica inquestionável fraude à representatividade do eleitorado paulista no Parlamento, violando frontalmente o conceito da soberania popular e da fidelidade da representação política (princípio da autenticidade eleitoral). Desta forma, é ignorada a escolha do eleitorado do estado de São Paulo que, evidentemente, ficará sub-representado na Câmara dos Deputados”, afirmam em nota os advogados Angelo Ferraro e Miguel Novaes, que representam o PT.
Por meio de nota, Rosangela defende que o pedido para mudança de domicílio é um pedido ao qual ela tem direito, e que a mudança não afetará a representação que ela asusmiu com o estao de São Paulo - que a elegeu como deputada nas últimas eleições.
“Apesar de ter efetivado a transferência do seu domicílio para o Paraná, onde se encontra o seu marido e sua família, continuará a representar o Estado de São Paulo e sua população”, diz.
Julgamento de Moro
O ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro tem a candidatura questionada no TRE-PR. A Corte vai analisar pedidos apresentados por partidos que apontam abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral. Políticos questionam excesso de recursos por Moro ter lançado primeiro uma candidatura à presidência, e afirmam que isso tornou a disputa injusta.
Conforme mostrou o SBT News, Moro foi o senador que mais recebeu recursos para campanha entre todos os eleitos em 2022. Caso a Corte opte por cassar o mandato, haverá uma nova eleição para o cargo dele.