PF pede presença de equipe policial dentro da casa de Bolsonaro para assegurar prisão domiciliar
Diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirma que vigilância externa não impede eventual fuga do ex-presidente
Jessica Cardoso
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que uma equipe policial permaneça 24 horas por dia dentro da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para garantir o cumprimento da prisão domiciliar.
Segundo Andrei, somente a vigilância externa não é suficiente para impedir uma eventual tentativa de fuga.
A manifestação foi encaminhada nesta terça-feira (26) a Alexandre de Moraes após o ministro determinar que a Polícia Penal do Distrito Federal faça o monitoramento integral de Bolsonaro, em sua residência no Jardim Botânico, em Brasília.
A medida atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e estabeleceu que equipes permaneçam de prontidão para vigiar, em tempo real, a residência de Bolsonaro. O monitoramento deve ser discreto, sem exposição midiática ou interferência na rotina dos vizinhos, e não pode incluir ações intrusivas dentro da casa do ex-presidente.
No ofício, Rodrigues explicou que a tornozeleira eletrônica usada por Bolsonaro depende de sinal de telefonia, o que pode resultar em falhas ou atrasos na detecção de violações.
"Nesse sentido, o monitoramento eletrônico, mesmo com equipes de prontidão em tempo integral, não constitui medida impeditiva à fuga do custodiado, caso este tenha tal intenção", disse.
O diretor da PF também afirmou que a fiscalização somente no entorno da residência exigiria abordagem constante de veículos e moradores do condomínio, o que poderia causar constrangimentos e não garantiria a eficácia da medida.
Rodrigues disse ainda que a PF já entrou em contato com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e se colocou à disposição para atuar em conjunto com a Polícia Penal, caso o STF determine o reforço da segurança.
