Ministro de Minas e Energia defende retomada e conclusão das obras de Angra 3
Na Câmara, Alexandre Silveira disse que trabalha em plano de ação para finalizar construção da usina
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu, nesta terça-feira (13), que as obras da usina nuclear de Angra 3, em Angra do Reis (RJ), sejam retomadas e concluídas ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, Silveira prometeu apresentar um planejamento para a conclusão das obras ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), composto por 16 ministros do governo, mas não deu um prazo para que isso aconteça.
“Vou levar um plano para a continuidade das obras de Angra 3 ao CNPE. Não vamos carregar esse mausoléu para servir de visitação, enxergando aquilo como um fracasso de gestão do governo brasileiro”, declarou o ministro.
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A construção da usina teve início em 1981 e tem histórico de paralisações e retomadas, por causa do alto custo para os cofres públicos. Até o momento, o governo já gastou R$ 7,8 bilhões com as obras, que estão 65% concluídas. O valor total deve chegar a R$ 20 bilhões.
Para Silveira, porém, o custo-benefício na instalação de Angra 3 não deve ser ponderado, já que essa foi uma decisão “tomada lá atrás”.
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“Não tem que se discutir o custo-benefício, na minha opinião, de fazer ou não a Angra 3. Já foi uma decisão do Brasil tomada lá atrás. Nós temos que ver aquela obra como uma obra de Estado e não como uma obra de governo. Nenhum governo tem o direito de enterrar R$ 20 bilhões de brasileiros e brasileiras que estão naquela obra”, disse o ministro.
Eletrobras
O complexo de usinas de Angra é administrado pela Eletronuclear, que está sob controle da União, mas tem como acionista a Eletrobras, privatizada em 2022.
A companhia do setor elétrico tinha obrigação de investir nas obras de Angra 3, mas já tornou público o desinteresse em manter a participação no projeto.
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Por esse motivo, Silveira confirmou que o governo negocia com a Eletrobras a retirada da participação acionária da empresa na Eletronuclear.
O ministro ainda disse que enxerga a companhia como um “problema” e que uma solução para ela precisa ser encontrada.
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“A Eletronuclear virou uma empresa problema para o país. Não é uma empresa saneada, dinâmica, enxuta e eficiente. Vamos ter que achar uma solução para a Eletronuclear”, declarou Silveira.
Usina nuclear de Angra 3
De acordo com a Eletronuclear, a usina nuclear de Angra 3 tem potência de 1.405 megawatts e deve ser capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, o que seria o suficiente para atender 4,5 milhões de pessoas.