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Política

Lula provoca direita, cita possíveis rivais nas eleições e diz que se for candidato "é para ganhar”

Em podcast, presidente fala sobre possível reeleição, critica a herança deixada por Bolsonaro e vê mais chances de regulamentar redes sociais via STF

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Lula em entrevista ao podcast, comandada pelo rapper Mano Brown e a jornalista Semayat Oliveira | Ricardo Stuckert/Agência Gov
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O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) ainda não bateu o martelo sobre disputar uma reeleição em 2026, mas deixou no ar que está pronto para o embate. Durante o podcast Mano a Mano, apresentado pelo rapper Mano Brown e pela jornalista Semayat Oliveira, transmitido nesta quinta-feira (19) no Spotify, o presidente disse que se entrar na corrida presidencial, não será só para marcar presença.

"Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema-direita não volta a governar esse país. Pode ter certeza disso. Quem quiser ganhar de mim vai ter que andar mais do que eu na rua, vai ter que ser mais disposto do que eu na rua, vai ter que conversar mais com o povo do que eu na rua e vai ter que fazer mais do que eu. E eu duvído que tenha alguém que seja capaz disso, pelo menos dos que estão aí", ressaltou Lula.

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Tarcísio, Ratinho e Caiado na mira

O petista também comentou sobre os possíveis nomes que a direita pode lançar nas eleições de 2026, citando os governadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Eu vejo a extrema-direita falando em Tarcísio, em Ratinho e em Caiado. Eles podem falar em quem quiserem, mas qualquer um terá que fazer mais do que eu (...) Se eu for candidato a presidente, eu serei candidato para ganhar, eu não vou ser candidato para disputar. Da forma mais democrática", declarou.

Apesar da confiança, a disputa promete ser acirrada. Segundo pesquisa Datafolha divulgada no último sábado, Lula e Tarcísio estão tecnicamente empatados num eventual segundo turno: 43% a 42%.

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Críticas a Bolsonaro e comparação com Gaza

Sobrou crítica também para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Lula comparou o estado do país ao fim do governo anterior à destruição na Faixa de Gaza, região em guerra entre Israel e Hamas.

"Quando chegamos aqui pegamos um país semidestruído. De vez em quando olho para a destruição na Faixa de Gaza e eu fico imaginando o Brasil que encontramos, aqui a gente não tinha mais Ministério do Trabalho, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos, da Cultura", disse Lula. "Tinha sido uma destruição proposital, ou seja, o presidente (Bolsonaro) não gostava de nenhum ministério que poderia ser uma alavanca de organização da sociedade. Para que cultura se cultura politiza a sociedade?", completou.

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Regulamentação das Redes Sociais

Outro tema que ganhou espaço foi a regulamentação das redes sociais, pauta que Lula defende abertamente. O presidente afirmou que, hoje, a chance de essa discussão avançar no Supremo Tribunal Federal (STF) é maior do que no Congresso Nacional.

"A regulamentação depende do Congresso nacional e também da Suprema Corte. Eu acho que, hoje, está mais factível ser aprovado pela Suprema Corte do que pelo Congresso Nacional, porque, muitas vezes, a empresa tem mais pressão em cima do deputado do que (em cima) da Suprema Corte", avaliou.

Segundo Lula, é "uma falácia" dizer que a liberdade de expressão corre riscos com a regulação das redes. O petista defendeu a necessidade de "disciplinar" o uso das mídias digitais diante do aprimoramento de ferramentas de inteligência artificial, capazes de simular fotos e vídeos com alta precisão, os chamados deep fakes.

"Não sabemos o tamanho da desfaçatez da extrema direita em usar isso", disse o presidente. "Se a gente não regular o comportamento das mídias digitais, principalmente depois da inteligência artificial, estamos totalmente vulneráveis", afirmou o presidente.

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