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Política

Lula aconselha Boulos a ignorar Marçal: 'não tem que responder um cidadão daquele tipo'

Em entrevista, presidente também falou sobre preço de alimentos e taxa de juros. PF vai investigar declarações falsas de candidato do PRTB

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Lula e Guilherme Boulos sorriem um para o outro (Ricardo Stuckert)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aconselhou o aliado e candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), a mudar de postura e ignorar o também candidato Pablo Marçal (PRTB). A declaração foi feita em uma entrevista à Rádio T do Paraná, nesta quinta-feira (15).

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"O trabalho que o Boulos tem que fazer é não dar importância para o cidadão daquele tipo. Não tem nem que fazer pergunta pra ele, nem responder pergunta. Deixa ele falar o que ele quiser. Os debates estão ficando deteriorados por que temos muitos candidatos deteriorados", disse Lula.

Em debate nesta quarta-feira (14), Boulos disse a Marçal que ele era o Padre Kelmon – candidato à presidência em 2022 – das eleições para a prefeitura paulistana, pois teria se candidatado para "tumultuar".

Em resposta, Marçal sacou do bolso uma réplica de uma carteira de trabalho e disse que ia 'exorcizar o demônio' com a carteira de trabalho, sugerindo que Boulos nunca tivesse trabalhado ou não gostasse de trabalhar. O psolista acabou caindo na provocação e tentou por duas vezes dar um tapa na CLT que Marçal estava segurando.

O momento aconteceu já após os dois debaterem sobre o desenvolvimento econômico da cidade de São Paulo. A produção do debate teve que intervir. Vale lembrar que em um debate anterior, Pablo Marçal ainda acusou Guilherme Boulos de ser usuário de cocaína.

Lula afirmou também que o crescimento de nomes como Marçal acontecem pelo mundo viver o "fim da era do argumento". Segundo o presidente, alguns políticos e personalidades utilizam das redes sociais para crescer politicamente através de mentiras e acabam ganhando milhões de seguidores, mas não possuem capacidade argumentar ou debater com seriedade sobre problemas sociais ou econômicos por poucos minutos.

"As pessoas não dão mais importância para o argumento, elas dão mais importância para as bobagens que se fala em uma rede que a gente chama de social, que de social não tem nada. É uma rede digital onde predomina a mentira, a fake News, onde predomina maldade", disse Lula.

"O cidadão não tem coragem de olhar na tua cara e dizer o que pensa de você, mas ele se tranca no quarto pega um celular e achincalha a sua vida e da sua família. É isso que acontece com esses candidatos, que de repente fazem milagre com 1 milhão de votos, 2 milhões, 3 milhões de votos. Esses caras não têm dois minutos de argumento pra discutir um problema social, três minutos para discutir um problema econômico", acrescentou.

Preço dos alimentos e população

Lula também falou sobre o preço dos alimentos durante a entrevista. Ele falou sobre o a lei de 'oferta e procura' adotada pelo mercado, que é quando há muita produção e menos consumo de determinados alimentos.

"Se você for num lugar comprar tomate e você perceber que o tomate está caro, tem que se informar se não tem um lugar com o tomate mais barato. Se for comprar um pé de alface e perceber que ele está caro, tem que se ajudar, não é ajudar o governo, é se ajudar, e não comprar aquilo. Ou seja, para que a gente possa, então, ter, no comportamento do povo, um equilíbrio no orçamento familiar no que diz respeito ao alimento", disse o presidente.

Lula afirmou ainda que o governo tem consciência que os alimentos precisam diminuir, falou sobre a a tramitação da regulamentação da reforma tributária que vai isentar alimentos que fazem parte da dieta básica do brasileiro. Ele ainda lembrou que a carne vermelha estará incluída e lembrou da promessa de fazer o povo 'voltar a comer picanha'.

Ele também falou sobre a taxa de juros, mas, desta vez, não atacou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Apenas afirmou que precisa definir o seu indicado para presidir a autoridade monetária.

"A gente precisa trazer a taxa de juros no Brasil para um patamar de juro razoável, que o mundo inteiro compreenda. Também é preciso que a gente crie condições de facilitar que o dinheiro circule nesse país na mão do povo, porque se o dinheiro circular a gente resolve o problema", disse.

MP quer investigar mentiras de Marçal

O Ministério Público Eleitoral acatou denúncia da campanha de Boulos contra Marçal e determinou abertura de inquérito pela Polícia Federal para investigar o crime de divulgação de fake news, com base nos artigos 323, 324 e 325 do Código Eleitoral brasileiro.

Em sua decisão, o promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, entende que as fake news espalhadas por Marçal durante e após o debate realizado na TV Band, no último dia 08 de agosto, configuram má fé e foram produzidas por interesses eleitorais e para influenciar negativamente os eleitores sobre Boulos.

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