Governadores do Sul e Sudeste defendem união em pautas ambientais
Encontro em Curitiba discutiu mudanças climáticas, energias limpas e preservação da Mata Atlântica; propostas servirão de base para a COP 30, em novembro
Elisa Rossato
SBT Brasil
Governadores do Sul e do Sudeste se reuniram nesta terça-feira (19), em Curitiba (PR), no 13º encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud). O evento ocorreu em paralelo à Conferência da Mata Atlântica, que teve como foco a preservação do bioma que abrange 17 estados e concentra 72% da população brasileira.
Na ocasião, Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, assumiu a presidência do consórcio e defendeu o que chamou de "equilíbrio entre economia e meio ambiente".
“Não adianta nem liberar tudo e também não adianta ficar com excesso de protecionismo, que faz com que a gente não consiga desenvolver”, defendeu.
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As propostas aprovadas pelos sete estados foram reunidas na “Carta de Curitiba”, que será apresentada em novembro, durante a COP 30, em Belém (PA). Entre as iniciativas, Minas Gerais destacou avanços na mineração e na agricultura sustentável.
“O aço produzido em Minas Gerais é o aço mais verde do mundo, já que boa parte do combustível utilizado é um carvão vegetal, que não acontece em nenhum outro lugar do mundo”, disse o governador Romeu Zema.
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Já Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, ressaltou as práticas integradas no campo.
“Além de tudo aquilo que nós estamos falando hoje é sobre ações que na agricultura, no agronegócio, na agropecuária, estão nos nossos estados demonstrando a possibilidade de nós trabalharmos integração pecuária, lavoura, fazer melhores técnicas de manejo de pastagens, e é o nosso papel como governantes disseminar essas melhores práticas”, afirmou.
Outros governadores também destacaram a necessidade de atuação conjunta no enfrentamento da crise climática. Para Renato Casagrande, do Espírito Santo, “esse debate com cada estado é para que cada estado tenha o seu programa de mudança climática, que tenha um plano de descarbonização, um plano de adaptação, e que a gente possa, com base nisso, buscar financiamentos”.
Já Ratinho Júnior, governador do Paraná, cobrou mudanças no processo de licenciamento ambiental.
“Hoje, para você resolver um problema de esgoto a céu aberto, que causa problema de saúde e ambiental absurdo, precisa de uma licença que às vezes demora um ano e meio, dois anos. Para resolver um problema ambiental, eu tenho que esperar uma licença que pode levar até mais tempo. Falta raciocínio lógico”, criticou.
Ao final, os governadores destacaram que a Carta de Curitiba consolida as prioridades ambientais do Sul e Sudeste e será usada como guia para novos investimentos e políticas públicas. O documento também servirá de instrumento de pressão e participação ativa das duas regiões nas discussões internacionais sobre sustentabilidade.