Declaração de Lula sobre Holocausto mobiliza críticos e aliados
Parlamentares de oposição colhem assinaturas para abertura de um pedido de impeachment
Gabriella Furquim
A fala do presidente Lula (PT) comparando os ataques de Israel à Gaza ao Holocausto mobilizou aliados e críticos nas redes sociais. Ministros como Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas) endossaram a declaração do petista. Por outro lado, parlamentares de oposição fizeram duras críticas e anunciaram que estão reunindo assinaturas para protocolar um pedido de impeachment.
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Em entrevista a jornalistas durante sua passagem pela Etiópia, Lula afirmou neste domingo (18) que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, mas um genocídio”. E comparou os ataques israelenses na Faixa de Gaza às ações de Adolf Hitler contra judeus no Holocausto.
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No X (antigo Twitter) a ministra Sônia Guajajara classificou a fala como “corajosa e necessária”. “Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentive outros países a condenarem a desumanidade que estamos vendo dia após dia”, escreveu.
Já o ministro Paulo Teixeira afirmou que as ações são “cruéis” e destacou que Israel é comandado por um governo de “extrema direita”. “Todo meu apoio às preocupações do presidente Lula em relação ao conflito que vem cruelmente atingindo civis na Faixa de Gaza, vítimas do governo de extrema direita de Israel”, disse.
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A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) também se posicionou a favor do petista. “A fala do presidente Lula sobre o que está acontecendo em Gaza é corajosa e necessária. Já são mais de 20 mil mortos palestinos através de ataques promovidos por Israel. Que esse posicionamento incentive outros países a condenarem a desumanidade que estamos vendo dia após dia”, escreveu no X.
Oposição e pedido de impeachment
Parlamentares de oposição também reagiram e fizeram duras críticas a Lula. A deputada Carla Zambelli (PL-SP) anunciou que está colhendo assinaturas para a abertura de um pedido de impeachment. De acordo com ela, mais de 30 deputados, a maioria deles bolsonaristas, manifestaram apoio à iniciativa.
“O povo de Israel precisa ser respeitado e o holocausto não pode ser banalizado desta forma. Lula, tenha respeito pelas mais de 6 milhões de pessoas assassinadas”, escreveu a parlamentar na rede social X, antigo Twitter.
O pedido tem como base a alegação de que Lula teria cometido crime de responsabilidade com base no artigo 5º da Lei 1079/1950 que aponta como delito “cometer ato de hostilidade contra nação estrangeira, expondo a República ao perigo da guerra, ou comprometendo-lhe a neutralidade”.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) condenou a fala do presidente a classificou como “cretina”. “Um arrogante que não sabe o seu lugar, que acha que está acima de tudo. A fala de Lula ainda é mais repugnante após o grupo terrorista Hamas, que assassinou milhares de mulheres, crianças e bebês recentemente, agradecê-lo pela comparação”, escreveu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.