Com revogação de parte do tarifaço, Haddad reforça discurso de isenção de impostos para carne, leite e ovos
Em evento, ministro destacou que a isenção de impostos integra a estratégia do governo na reforma tributária e mira impacto direto no preço dos alimentos


Rafael Porfírio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aproveitou o anúncio da revogação do tarifaço de 40% imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, a produtos brasileiros para reforçar o discurso em defesa da reforma tributária. Durante a abertura do Salão do Automóvel em São Paulo, o Haddad afirmou que toda a proteína animal — carne, leite e ovos — deverá ficar isenta de impostos com a implementação do novo IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
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Ao explicar pontos da reforma, o ministro destacou que o novo sistema pretende simplificar tributos e retirar impostos sobre investimentos da indústria automobilística. “O gasto com compra de máquinas, equipamentos e instalações vai ficar desonerado”, disse. O ministro acrescentou que as exportações do setor serão “100% isentas”, o que, segundo o ministro, deve ajudar a impulsionar a reindustrialização do país.
Ao detalhar a proposta, Haddad citou que a cesta básica terá isenção total, incluindo a proteína animal.
“A exportação, tão importante para o crescimento da indústria automobilística, vai ficar 100% desonerada de imposto. E a cesta básica — que incluiu, a pedido do presidente da República, toda proteína animal — vai ficar isenta de toda e qualquer imposto no Brasil. As pessoas vão comprar carne, leite e ovos mais baratos do que compram hoje.”
Para o ministro, a desoneração dos alimentos é uma forma direta de aliviar o custo de vida das famílias. Ele disse que produtos básicos, como carnes e laticínios, ficarão mais acessíveis e que a reforma não beneficia apenas empresas, mas também dá um “respiro” ao orçamento doméstico.
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Haddad anunciou ainda que o projeto que isenta do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será sancionado pelo presidente Lula na próxima semana.
“A partir de 1º de janeiro estará aprovado e será sancionado na semana que vem. Quem ganha até R$ 5 mil não pagará Imposto de Renda neste país”, afirmou no evento.
O ministro também comentou o impacto das políticas econômicas na redução das desigualdades. Segundo ele, o Brasil deve deixar a lista dos dez países mais desiguais do mundo, conforme o próximo Índice de Gini, indicador que mede a distribuição de renda no país, onde números mais altos significam maior desigualdade.
“Esse índice vai atestar que, com as medidas que o presidente Lula tomou, como a revalorização do salário mínimo, após sete anos congelado, e o reajuste da tabela do Imposto de Renda, o país avançou na redução das desigualdades”, completou.









