Bolsonaro defende perdão aos criminosos do 8/1: “Prioridade para nós”
Ex-presidente disse ter discutido proposta com Lira e se mostra otimista em aprovar perdão, mesmo com comissão especial
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu o perdão aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e disse que o avanço do projeto para rever as penas é uma prioridade. A declaração foi dada a jornalistas nesta terça-feira (29), quando o ex-presidente visitava o Senado.
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“A anistia está sempre nas nossas pautas”, declarou Bolsonaro. “Não foi uma tentativa de golpe, muito menos armada, muito menos pessoas unidas queriam mudar o estado democrático direito. Então a anistia é o remédio para isso. A gente vai buscando, porque tem gente inocente, tem gente que tem seis filhos que estão presos”, completou o ex-presidente.
Bolsonaro ainda disse ter discutido o projeto de perdão aos condenados com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e disse estar otimista para aprovação do texto - mesmo com a criação da comissão especial, conforme decidiu Lira.
O ex-presidente responde a uma série de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF), e a uma investigação da Polícia Federal sobre tentativa de golpe de Estado. No entanto, negou interesse em ser beneficiado pelo projeto de anistia, destacando que a inelegibilidade dele nas próximas eleições está relacionada à reunião com embaixadores.
“Porque estou inelegível? Porque me reuni com embaixadores. Seria abuso de poder político. Eu ganhei algum voto por conta dessa reunião? Não ganhei nada com isso, muito pelo contrário. Outro, abuso de poder econômico, quem pagou o carro de som no 7 de Setembro de 2022 foi o [pastor] Silas Malafaia", argumentou.
A depender do andamento do projeto, segundo Bolsonaro, há possibilidade de aprovação até o fim do ano: "Cada segundo para aquelas pessoas que estão presas, no meu entender injustamente, é uma eternidade. Mas é o caminho que nós temos para buscar uma alternativa. Se conseguirmos cumprir os prazos, dá para ser votada este ano ainda".
A ida do ex-presidente ao Senado faz parte de uma série de reuniões previstas para o PL após as eleições municipais. Em segundo turno, o partido elegeu quatro prefeitos em capitais, enquanto o PT, do presidente Lula, elegeu apenas um. O apoio do partido à sucessão da presidência da Câmara e do Senado também têm sido discutido.
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