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Política

Bolsonaro aposta em elegibilidade: “Justiça eleitoral muda rapidamente”, diz ex-presidente em exclusiva ao SBT

“Vou lutar até o último momento”, afirmou Bolsonaro. Para ele, eleição presidencial sem o maior líder da oposição "é uma negação à democracia no Brasil"

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Internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista exclusiva ao SBT Brasil, nesta segunda-feira (21). Na conversa com Cesar Filho, o político fala de sua saúde, do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), de sua liderança à frente da direita na América Latina e de uma possível candidatura à eleição presidencial de 2026, apesar de estar inelegível por decisão da Justiça eleitoral.

“A Justiça eleitoral muda rapidamente seu perfil. São mandatos passageiros, que mudam rapidamente”, afirmou Jair Bolsonaro, ao ser questionado se confia na Justiça Eleitoral. "Vou lutar até o último momento", completou o ex-presidente, sobre estar na disputa presidencial de 2026.

Em junho de 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tornou Bolsonaro inelegível por oito anos, sob o entendimento de que ele cometeu abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, ao reunir embaixadores, em julho de 2022, para atacar, sem provas, o sistema eleitoral. Mesmo assim, o ex-presidente acredita ser possível modificar sua situação política até 2026, já que essa candidatura poderia ser feita "até a última hora".

“Eleições sem o maior líder da oposição no ano que vem é uma negação à democracia no Brasil”, argumentou.

Para o ex-presidente, sua inelegibilidade é "injusta e não se justifica". Ele também diz que vai dar "o norte das eleições do ano que vem”. Ao ser perguntado sobre os demais nomes que poderiam representar a direita brasileira nas eleições à presidência, Bolsonaro foi enfático:

“A maioria da população não quer outro nome da direita que não seja Jair Messias Bolsonaro, e ponto final”.

Sobre os outros possíveis candidatos da direita, Bolsonaro diz que há "dois nomes, cada um dentro do seu partido, fazendo o seu trabalho pra ganhar a confiança da população", mas reforça que ele é o candidato da população brasileira contra qualquer nome da esquerda.

“Sou o maior líder da direita na América do Sul e, a pensar pelo tamanho do Brasil e pela população, também mundial. Logicamente, sempre deixo um espaço reservado àquela pessoa - que tenho muita gratidão - que é o Donald Trump”, afirmou Bolsonaro.

+ Moraes mantém restrição de circulação a ex-assessor de Bolsonaro durante julgamento no STF

Processo no STF

Bolsonaro voltou a chamar de "político e não técnico" o processo a que responde como réu no STF, pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e também por uma trama para um golpe de Estado.

“A única forma de me colocar dentro de uma tentativa violenta de mudança do Estado Democrático de Direito é ter participado do 8 de janeiro”, argumentou, afirmando que nunca convocou atos ou manifestações e que, desde 30 de janeiro, não teve ligação com ninguém no Brasil - lembrando que saiu do país rumo aos Estados Unidos.

“Acabei entrando sem querer neste processo”, argumentou Bolsonaro. “É um processo tipicamente político, não tem nada de técnico. Como posso deteriorar patrimônio, se estava fora do Brasil?”, questionou. “Absurdos, arbitrariedades sem nenhuma prova”, completou.

Minuta do golpe

Uma das acusações contra Bolsonaro no STF é a suposta participação na construção de uma "minuta de golpe", encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres. Questionado se participou da redação deste documento, Bolsonaro disse que "nunca existiu minuta de golpe".

O ex-presidente argumenta que o documento, que foi considerado “minuta do golpe”, nada mais era que um dispositivo constitucional chamado "estado de defesa", que foi a forma encontrada para questionar o resultado das eleições - que o ex-presidente e seus partidários contestavam na época. Segundo Bolsonaro, este documento estaria "dentro do que prevê a Constituição".

“A minuta de golpe, segundo eles, está em cima de um dispositivo constitucional: estado de defesa”, explicou. “Outra forma de questionar aquilo que nós tínhamos a convicção de que estávamos certos, dentro das 4 linhas da Constituição".

Bolsonaro também foi questionado sobre o suposto plano para matar autoridades brasileiras - entre elas o presidente Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes - em uma suposta operação chamada "punhal verde e amarelo".

"Quem tem que explicar isso é um general da reserva, onde foi encontrado o plano", disse Bolsonaro, sem dizer o nome desse militar. “Logicamente abomino qualquer tentativa de assassinar quem quer que seja. Isso nunca fez parte da minha vida”, completou.

Estado de Saúde

Bolsonaro também detalhou como foi a cirurgia mais recente a que foi submetido, dizendo que foi a cirurgia "mais invasiva, complexa, cheia de risco" a que já foi submetido até hoje.

O ex-presidente disse que vai ter que aprender a viver com esse problema de saúde, que terá muitos problemas pela frente. "Mas peço a Deus pra viver mais 10 anos", afirmou.

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