Política

Automedicação pode ter causado "confusão mental" e "alucinações", dizem médicos de Bolsonaro

Equipe afirma que o ex-presidente usou Pregabalina, que interage com Gabapentina e Clorpromazina, provocando o surto que levou Bolsonaro violar a tornozeleira

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Medicamentos Bolsonaro | Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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Médicos de Jair Bolsonaro (PL) disseram, em relatório feito no domingo (23), que a combinação de medicamentos do ex-presidente pode ter causado "confusão mental" e "alucinações". No documento, os profissionais da saúde indicam que o remédio Pregabalina, indicado por outro médico, foi usado sem o consentimento da equipe, o que poderia ter causado o surto que levou Bolsonaro violar a tornozeleira eletrônica.

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Segundo o relatório, o medicamento "apresenta importante interação com os medicamentos que ele utiliza regularmente para tratamento das crises de soluços". Os remédios citados são a Clorpromazina e a Gabapentina. O primeiro é um antipsicótico, mas que pode usado para tratar soluços persistentes. Já o segundo é um anticonvulsivante.

A interação entre os medicamentos, no entanto, tem como reconhecidos efeitos colaterais, "a alteração do estado mental com a possibilidade de confusão mental, desorientação, coordenação anormal, sedação, transtorno de equilíbrio, alucinações e transtornos cognitivos".

Bolsonaro foi preso preventivamente no sábado (22) na casa onde cumpria prisão domiciliar, em Brasília. No dia seguinte, os médicos fizeram uma visita ao ex-presidente, que está detido na Superintendência da Policia Federal.

"No momento da nossa avaliação, ele encontra-se estável do ponto de vista clínico e passou a noite sem intercorrências", avaliaram.

No documento, os médicos deixaram claro que o medicamento foi suspenso imediatamente. "Foram realizados os ajustes necessários na medicação, restabelecendo a orientação anterior", acrescentaram. Além dos 3 medicamentos, Bolsonaro também faz uso do antidepressivo Sertralina.

Audiência de custódia

Jair Bolsonaro alegou, em audiência de custódia realizada neste domingo (23), em Brasília, que tentou violar a tornozeleira eletrônica em meio a uma "alucinação", causada por medicamentos psiquiátricos. O ex-presidente tentou abrir o dispositivo com um instrumento de calor.

Bolsonaro afirmou no procedimento que não se lembra de ter tido "surto dessa natureza em outra ocasião" e defendeu que a "paranoia" pode ter sido causada por uma nova medicação, iniciada há cerca de quatro dias.

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