Após crítica pública de Lula, Pimenta fica fora de reunião no Planalto; Sidônio deve assumir Secom
Presidente está insatisfeito com a comunicação do governo; publicitário Sidônio Palmeira era a primeira opção de Lula após a eleição em 2022
Raphael Felice
Criticado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, não participou de uma grande reunião no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (9). O encontro começou às 9h40 e terminou 12h20.
+ Lula critica sua comunicação e promete fazer mudanças no governo no próximo ano
A ausência de Pimenta reforça os comentários nos bastidores do Palácio do Planalto de que Lula quer trocar o comando da pasta e já tem até um nome cotado para assumir a comunicação do governo: o publicitário Sidônio Palmeira.
Segundo relatos de fontes do Planalto, ele seria a primeira opção de Lula para ocupar a pasta desde o começo do governo. Sidônio preferiu não aceitar naquele momento, mas topou ajudar no que fosse acionado de maneira informal. Após a negativa, o presidente, então, convidou Pimenta para ocupar a Secom. O atual ministro é deputado federal licenciado pelo PT do Rio Grande do Sul.
Participaram do encontro no Palácio do Planalto 17 pessoas, entre ministros e secretários. Estavam presentes seus colegas de Planalto, Alexandre Padilha, ministro Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil.
A reunião tratou principalmente de mudanças na gestão de empresas estatais, o que, normalmente, contaria com a presença do ministro da Secom.
Na sexta-feira (6), após o anúncio da pactuação do acordo Mercosul-União Europeia, o presidente participou, do Uruguai, de um evento do PT realizado em Brasília. Em um discurso por vídeo, afirmou que há problemas de comunicação no governo e disse que será “obrigado” a fazer mudanças.
As críticas de Lula à comunicação do governo não são novidade. Ao longo de 2024, o presidente afirmou em diversas entrevistas que o governo precisava melhorar a comunicação dos feitos considerados positivos à população.
Na avaliação do chefe e de outros integrantes do governo, a avaliação do governo deveria estar melhor do que as avaliadas pelas pesquisas.
Apesar de alguns pontos negativos, como a alta do dólar, dos juros e a recente subida no preço dos alimentos por conta dos impactos de enchentes e secas, Lula avalia que pontos como o aumento real do salário mínimo, o crescimento do PIB e o menor desemprego da história do país deveriam gerar uma melhor percepção do povo brasileiro.
