Lira quer mudanças na Saúde e no Turismo em troca da MP dos ministérios
Presidente da Câmara esclareceu que não tem interesse na pasta de Renan Filho
Mudanças em dois ministérios, entre eles o da Saúde, e a saída do ministro Alexandre Padilha da função de articulador político do Planalto. Essas foram as condições impostas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao presidente da República, Lula (PT), para garantir que a medida provisória (MP) que autoriza a criação de 37 ministérios não seja rejeitada pelos deputados no plenário. A primeira mudança seria a curto prazo, e a segunda, a médio.
+ Câmara adia reestruturação dos ministérios
A MP precisa ser aprovada até quinta-feira, caso contrário, 17 ministérios deixarão de existir e permanecerão apenas as pastas criadas na gestão Bolsonaro. Na conversa com Lula, Lira esclareceu que não tem interesse na pasta que hoje está com Renan Filho, o Ministério dos Transportes, e disse que o objetivo dele é colocar aliados no lugar de Daniela Carneiro, ministra do Turismo, e Nísia Trindade, ministra da Saúde.
Para não ter nova derrota na Câmara, Lula teria se comprometido com as mudanças que deverão acontecer logo após a aprovação da MP. As alterações seriam a primeira reforma ministerial do terceiro mandato do petista.
No início da tarde desta 4º feira (31.mai), o senador Renan Calheiro (MDB-AL) saiu em defesa do ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais. "O governo está tendo dificuldade porque o presidente tem impedido que o governo construa maioria. Ele (Lira) só possibilita votação do que vai efetivamente derrotar o governo. Impede que o governo exerça a coalizão que montou e quando aprova uma matéria ele aprova como se fosse uma concessão dele à república, quer funcionar como uma espécie de guardião do mercado" disparou o emedebista que nas últimas horas trocou farpas com o presidente da Câmara pelas redes sociais. Os dois são adversários políticos em Alagoas.
Nos corredores do Congresso, parlamentares experientes afirmaram que se Lira pautar a votação será para aprovar a MP e, nos próximos dias, obrigar Lula a fazer a primeira mudança na equipe seis meses depois do início do governo.
Na 3ª, antes da conversa com Lula, Lira negou que tenha exigido Ministérios em troca da aprovação da MP. No entanto, as três pastas sempre foram alvo do grupo político liderado pelo presidente da Câmara.