Lula escolhe delegado da PF Luiz Fernando Corrêa para chefiar Abin
Nome de ex-diretor da Polícia Federal no 2º governo Lula ainda precisa passar pelo Senado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) definiu o novo diretor da da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): Luiz Fernando Corrêa, ex-diretor da Polícia Federal. O nome do policial, que precisa ser aprovado pelo Senado, foi divulgado no Diário Oficial da União (DOU) desta 6ª feira (3.mar).
Luiz Fernando foi secretário de Segurança Pública do Ministério da Justiça de Lula entre 2003 e 2007 e diretor-geral da Polícia Federal no segundo mandato do atual presidente (saiba mais abaixo).
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Decisão ocorre um dia depois de Lula tirar Abin do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e colocar sob a alçada da Casa Civil, comandada pelo ministro Rui Costa.
Corrêa esteve com o presidente na 4ª feira (1.mar) e aceitou o convite para ser o responsável pelo órgão de inteligência. Lula detalhou a Corrêa que quer acabar com a militarização da agência que aconteceu durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Contudo, a condução de Luiz Fernando depende de aprovação dos senadores.
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A Abin é o órgão central de inteligência, tratando de temas estratégicos e de espionagem, do Brasil.
Quem é Luiz Fernando Corrêa?
Bacharel em Direito pela Fundação Universidade do Rio Grande e com MBA em gestão de política de segurança pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Corrêa é delegado federal e foi secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça de Lula entre 2003 e 2007. Em seguida, assumiu como diretor da PF durante o segundo mandato do petista, de 2007 a 2011.
Enquanto comandante da PF, foi responsável por desarticular esquemas de corrupção como a operação Satiagraha, que resultou na prisão de banqueiros e investidores. O delegado também atuou, até 2016, na equipe de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Antes de assumir cargos no governo, Corrêa foi chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul de 1996 a 2001 e delegado Regional de Polícia da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal de 2001 a 2003.
O que dizem os servidores da Abin
Ao tomar conhecimento da indicação de Corrêa, a União dos Profissionais de Inteligência de Estado da ABIN (INTELIS), por meio de nota, afirmou que a indicação de um profissional do quadro da própria agência "é mais eficiente e traz melhores resultados para a sociedade e para o Estado", portanto "a designação de um diretor-adjunto, cuja função é gerenciar a produção de Inteligência de Estado, fora desses quadros gera receio entre os servidores do órgão".
A União ainda lembra que nas quatro ocasiões em que a Abin foi dirigida por "quadros estranhos à área da inteligência de Estado" foram marcadas por "crises ou desvios de atribuição". No entanto, segundo a nota, devido a demonstrações "reiteradas" do governo brasileiro em defesa do Estado de Direito, os servidores têm confiança "de que os erros do passado não se repetirão".
Ainda em nota, a INTELIS comemora a mudança da Abin para a Casa Civil, desejando que os "novos gestores sejam portadores de mudanças positivas", se colocando à disposição da nova direção, mas pede que gestões futuras "sejam lideradas exclusivamente por servidores da carreira de Inteligência".
Delegado no comando da Abin
A Abin também foi chefiada por um delegado da Polícia Federal no governo Bolsonaro. André Ramagem, amigo da família Bolsonaro, ficou no cargo de novembro de 2019 a março de 2022 e colecionou controvérsias.
O delegado da PF foi acusado de supostamente atuar para que a Abin auxiliasse na defesa de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas e do envolvimento da Agência na investigação sobre suposto tráfico de influência de Jair Renan, filho mais novo de Bolsonaro, no Palácio do Planalto.