Randolfe protocola pedido de criação de CPI do MEC no Senado
Líder da oposição afirmou que reuniu 31 assinaturas para instalação da comissão
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou, nesta 3ª feira (28.jun), o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Educação (MEC). A criação da CPI ganhou força com a operação da Polícia Federal prendeu o ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura, apontados como lobistas em supostos desvios e favorecimentos no MEC.
Em coletiva de imprensa, o líder da oposição disse que a CPI vai investigar também a possível interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações. "Não há dúvida de que se instalou uma quadrilha no MEC. Os indícios são fortes que os esquemas dessa quadrilha chegam ao Palácio do Planalto. O medo que tem Jair Bolsonaro das declarações de Milton Ribeiro, Gilmar e Arilton, dão conta, inequivocadamente, de que existe indícios de que esse esquema de corrupção tem tentáculos no Palácio do Planalto", explicou.
Ao todo, Randolfe disse que reuniu 31 assinaturas para instalação da comissão e, segundo ele, há expectativa de mais adesões. Os senadores Jarbas Vasconcelos (MDB-PE), Marcelo Castro (MDB-PI) e Confúcio Moura (MDB-RO) foram os últimos a assinarem. O regimento interno do Senado determina que são necessárias 27 assinaturas para requerimentos de abertura de CPIs. O parlamentar diz que conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a abertura da comissão. Cabe a Pacheco ler em plenário o requerimento e instalar a CPI.
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O presidente do Senado tem adotado cautela ao comentar sobre o caso, mas afirma que a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é um fato relevante.
Operação Acesso Pago
Um dia após a prisão de Ribeiro e dos pastores evangélicos, o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), ordenou a soltura dos acusados após a apresentação de habeas corpus. A operação da Polícia Federal teve o intuito de investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao Ministério da Educação.
A apuração da PF teve início com base nas matérias do jornal O Estado de São Paulo, que revelaram a existência de um "gabinete paralelo" dentro do MEC com a presença de pastores evangélicos. Após a revelação do caso, o ex-ministro Milton Ribeiro deixou o cargo.
Confira a íntegra do pedido: