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MEC: cinco ministros em 3 anos, polêmicas e escândalos

Relembre a trajetória dos ex-ministros da Educação, as disputas internas e os embates públicos

MEC: cinco ministros em 3 anos, polêmicas e escândalos
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Um ministério que coleciona cinco ministros em três anos e meio de governo, dezenas de polêmicas, disputas internas entre aliados governistas, prisões, escândalos e até informações falsas no currículo de um indicado ao cargo de ministro, que chegou a ser nomeado e não assumiu a pasta. O Ministério da Educação, que tem sido palco de inúmeros problemas nos últimos anos, alcançou o ápice da crise nesta 4ª feira (22.jun), com a prisão do ex-comandante da pasta Milton Ribeiro. Mas o desgaste é antigo. Teve início com o primeiro indicado pelo governo Bolsonaro: Ricardo Vélez Rodríguez. Foi ganhando corpo com os demais chefes da pasta: Abraham Weintraub, Carlos Decotelli (que foi nomeado mas não chegou a assumir), Ribeiro e Victor Godoy, o atual ministro.

Confira quem passou pelo MEC desde o início do governo, as principais polêmicas e escândalos de cada um. 

Ricardo Vélez Rodríguez
Posse: 01/01/2019
Demissão: 08/04/2019

Ricardo Vélez Rodríguez ficou no comando do MEC por quatro meses e dividiu olavistas e militares | Marcos Corrêa/PR

Nascido em Bogotá, na Colômbia, e naturalizado brasileiro em 1997, Ricardo Vélez Rodríguez é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército e foi indicado pelo filósofo conservador Olavo de Carvalho, que faleceu em janeiro deste ano e era tido como 'guru' do governo Bolsonaro no início da gestão do presidente. Vélez foi o primeiro ministro da Educação de Bolsonaro e ficou apenas quatro meses no cargo. Foi demitido sob alegação de falta de experiência para conduzir a pasta. A exoneração veio após disputa política dentro do MEC, envolvendo olavistas e militares. No curto período, Vélez colecionou decisões controversas. 

Livros Didáticos:
Numa das primeiras medidas, prometeu mudanças na escolha dos livros didáticos para que "as crianças possam ter a ideia verídica, real" do que foi a história do Brasil. Vélez se referia à maneira como o golpe militar de 1964 e a ditadura são retratados, hoje, nas escolas. 

Provas do Enem:
O ministro anunciou também a criação de uma comissão de avaliação para as questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a justificativa de ajustá-las à "realidade social e assegurar um perfil consensual ao exame". 

Execução do Hino Nacional:
O ministro também pediu às escolas que executassem o Hino Nacional, gravassem e lessem uma carta de sua autoria com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro (PL). Diante da polêmica em torno da medida anunciada, a pasta recuou da decisão.

Abraham Weintraub
Posse: 09/04/2019
Demissão: 18/06/2020

Abraham Weintraub permaneceu no cargo pouco mais de um ano e protagonizou embates com o judiciário | Marcos Corrêa/PR

Economista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Abraham Weintraub ficou no cargo de ministro por pouco mais de um ano. Polêmico e dono de frases de efeito, esteve no centro de desgastes entre o poder Executivo e o Judiciário. Durante uma reunião ministerial no Palácio do Planalto, em abril de 2020, disse que por ele "colocava esses vagabundos na cadeia, a começar pelo STF [Supremo Tribunal Federal]". Após inúmeros insultos à mais alta Corte de Justiça do pais, Weintraub saiu do cargo quando virou alvo do inquérito das fake news no Supremo.

"Balbúrdia":
Assim que assumiu a pasta, o ministro disse que cortaria recursos de universidades que não apresentassem "desempenho acadêmico esperado" e fizessem "balbúrdia" nos campi. Weintraub cortou 30% no orçamento das universidades federais e 8% das bolsas de pesquisa.

Ataques à China:
Abraham Weintraub, em postagem nas redes sociais, ridicularizou o sotaque dos chineses e insinuou que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Depois da repercussão negativa, ele apagou o texto.

Manifestações contra o STF:
O ministro esteve em vários atos, entre eles um em Brasília, defendendo medidas antidemocráticas, como o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

Carlos Decotelli 
Nomeado: 25/06/2020
Não chegou a assumir

Carlos Alberto Decotelli chegou a ser nomeado, mas entregou a carta de demissão cinco dias depois | Marcos Corrêa/PR

Em busca de calmaria no MEC, com a saída de Weintraub, o governo anunciu o nome do economista Carlos Decotelli. Mas o tiro saiu pela culatra por conta de um mal-estar provocado por uma série de informações falsas descobertas no currículo e acusações de plágio na dissertação de mestrado do futuro ministro. O nome de Decotelli chegou a ser publicado no Diário Oficial, mas diante da crise, após as polêmicas, cinco dias depois a nomeação foi cancelada e o próprio Decotelli esteve no Planalto entregando a sua carta de demissão. 

Milton Ribeiro
Posse: 16/07/2020
Demissão:28/03/2022

Pastor evangélico, Milton Ribeiro foi preso nesta 4ª feira e provocou nova crise no MEC | Isac Nóbrega/PR

Pastor da Igreja Presbiteriana, Milton Ribeiro, é advogado, tem formação em Teologia e foi o quarto ministro escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para chefiar a Educação. Ele deixou o ministério uma semana após a divulgação do áudio em que ele afirmou que o governo priorizava a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para as prefeituras por indicação de dois pastores que não estão ligados ao MEC.

"Famílias Desajustadas":
Pouco depois de assumir o MEC, durante uma entrevista, Ribeiro relacionou a homossexualidade a "famílias desajustadas". "Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo [sic] tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe", afirmou na ocasião. A Procuradoria-Geral da República chegou a denunciar Ribeiro ao STF por declarações homofóbicas.

Inclusão de Deficientes:
Em outra declaração à frente da pasta, o ministro afirmou que existem crianças com "um grau de deficiência que é impossível a convivência" nas escolas. A declaração incomodou até a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que atua na defesa da comunidade surda. Criticado por diversos setores, ele se desculpou nas redes sociais.

Demissão em massa no INEP:
Ha poucos dias da realização do Enem, em 2021, servidores do INEP pediram demissão em massa alegando ingerência do governo e denunciando que integrantes do MEC chegaram a levar um agente da Polícia Federal a uma área restrita onde as provas são produzidas. Eles justificaram o afastamento citando falta de gestão, assédio moral e interferência ideológica do governo na autarquia.

Disparo em aeroporto:
Em abril deste ano, Ribeiro disparou acidentalmente uma arma de fogo no Aeroporto Internacional de Brasília, atingindo uma funcionária da Gol Linhas Aérea por estilhaços.

Victor Godoy
Posse: 18/04/2020

Victor Godoy é ex-secretário-executivo da pasta e atual ministro da Educação | Reprodução/TV Brasil

O ex-secretário-executivo da pasta e atual ministro da Educação, Victor Godoy, assumiu o comando de forma definitiva em abril. Ele estava como interino desde a saída de Milton Ribeiro. É o quinto ministro da pasta na gestão de Bolsonaro. O atual titular da pasta se formou em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB) e antes de ser convidado para assumir a secretaria-executiva do MEC, fez carreira como auditor federal de finanças e controle da Controladoria-Geral da União (CGU), onde trabalhou de 2004 a 2020.

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