Parlamentares governistas preevem pressão do Judiciário sobre Lira
Presidente da Câmara ignora mais de 120 pedidos de impeachment protocolados na Casa
Após ataques do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante atos em São Paulo e em Brasília, parlamentares governistas preveem pressão do Judiciário sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A expectativa dos congressitas é que o presidente da Corte, Luiz Fux, cobre de Lira alguma resposta a respeito do encaminhamento dos mais de 120 pedidos de impeachment protocolocados contra Bolsonaro.
Na avaliação dos deputados, o predidente da Câmara está "encurralado", mas, nos bastidores, mantém a lealdade a Bolsonaro, que o ajudou a vencer a Presidência no início deste ano.
Protestos pró-governo
Em discurso, o presidente ameaçou Fux e chamou o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga a organização de atos antidemocráticos no país, de "canalha".
"Ou o chefe desse Poder [Luiz Fux] enquadra o seu [Alexandre de Moraes] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos", afirmou Bolsonaro, em protesto em Brasília.
Na avenida paulista, o presidente declarou que não respeitará "qualquer decisão" de Moraes e pediu por sua saída.
"Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, este presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ele tem tempo ainda de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais! Liberdade para os presos políticos! Fim da censura! Fim da perseguição àqueles conservadores, àqueles que pensam no Brasil."