Bolsonaro determina comemoração de aniversário do golpe militar em quartéis
A medida foi confirmada aos jornalistas pelo porta-voz da Presidência no começo da noite desta segunda-feira.
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Na noite desta segunda-feira (25), em um pronunciamento à imprensa, o porta-voz da presidência, general Otávio Rêgo Barros, declarou que o Presidente Jair Bolsonaro enviou uma determinação ao Ministério da Defesa para que sejam feitas comemorações em quartéis em homenagem ao aniversário do Golpe Militar que derrubou o Governo João Goulart, no dia 31 de março de 1964.
A data marca o início da Ditadura Militar do Brasil.
Rêgo Barros afirmou que serão feitas as "devidas celebrações" seguindo ordens de Bolsonaro, porém, não detalhou como as mesmas ocorrerão.
"Nosso presidente já determinou ao Ministério Público da Defesa que faça as comemorações devidas com relação ao 31 de março de 1964 incluindo a ordem do dia, patrocinada pelo Ministério da Defesa, que já foi aprovada pelo nosso presidente", anunciou o porta-voz.
A decisão de Bolsonaro veio acompanhada por um discurso da cúpula militar que alertou sobre a necessidade de que as celebrações à data sejam feitas de maneira discreta, intramuros das unidades militares, sem manifestações públicas, como era de costume antes da sequência de governos petistas.
Em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff determinara a retirada da data do calendário oficial de comemorações do Exército.
O general ainda afirmou que Bolsonaro não considera a tomada de poder pelas Forças Armadas, em 1964, um golpe militar.
"O presidente não considera 31 de março de 1964 golpe militar. Ele considera que a sociedade reunida e percebendo o perigo que o país estava vivenciando naquele momento, juntou-se civis e militares e nós conseguimos recuperar e recolocar o nosso país num rumo que salvo melhor juízo, se tudo isso não tivesse ocorrido, hoje nós estaríamos tendo algum tipo de governo aqui que não seria bom para ninguém", disse Rêgo Barros.
A ditadura militar do Brasil, que se estendeu até 1985, foi marcada por um período de fechamento do Congresso Nacional esteve fechado e de ausência de eleições diretas para a Presidência da República, direito que só foi reestabelecido em 1989, após a Constituição Federal de 1988, que rege o país desde então.
Além disso, este episódio histórico, muitas vezes ignorado pela consciência coletiva, traz consigo as chagas da exceção, da censura, da tortura e da prisão de adversários políticos (que muitas vezes culminava na morte dos mesmos) e da cassação de direitos.