Roubos de carga crescem 10% em um ano no Rio de Janeiro, mostra levantamento
Furtos ocorridos dentro de ônibus também se tornaram mais frequentes; em 12 meses, o crescimento desse tipo de crime foi de 11%
SBT Brasil
Em um ano, o número de roubos de carga aumentou em 10% no estado do Rio de Janeiro, mostrou o Panorama de Segurança Pública da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Os furtos dentro de ônibus também se tornaram mais frequentes. Em um ano, o crescimento desse tipo de crime foi de 11%.
Um motorista de ônibus, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que os criminosos os ameaçam e que "são muito brutos". "Chegam a dizer que vão matar sem pena", afirmou. Outro, que também optou por se manter no anonimato, pediu demissão e voltou para Paraíba, sua terra natal, com medo da violência.
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Segundo Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, cerca de 80% dos roubos de veículos e 90% dos roubos de cargas são praticados por facções criminosas, que revertem os roubos em lucro para o crime. Para o especialista em segurança pública Rodrigo Gomes, os esquemas funcionam como uma empresa, em que criminosos ficam encarregados de uma ou mais funções específicas.
"Hoje, não existe mais roubo de oportunidade. Hoje, eles são especializados em roubo de carga, onde tem ali um mentor operacional que trata todo o crime, toda a dinâmica com seus soldados para roubar essas empresas", diz Gomes.
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O fenômeno preocupa empresas. Uma companhia de distribuição de alimentos, localizada em Duque de Caxias, passou a apostar em serviços de tecnologia de rastreamento e gestão de risco, além de aumentar a escolta das cargas, para escapar dos roubos. Representantes da Firjan acreditam que a violência pode afetar o desenvolvimento das regiões em que esses roubos ocorrem. Os crimes não têm hora nem lugar — acontecem a toda hora, em diferentes lugares.
"Quando a gente tem uma média de oito caminhões roubados por dia, isso é uma preocupação por conta dos impactos que esses roubos têm na atração, na retenção dos investimentos", declarou Isaque Regis Ouverney, gerente de estudos de infraestrutura da Firjan. "Isso vai impactar o desenvolvimento dessas regiões, da geração de emprego e renda, e vai só alimentar esse ciclo negativo".