Perfumes falsificados: reportagem exclusiva revela comércio ilegal em São Paulo
Produtos são vendidos embalados em bandejas de isopor e sem a caixa; especialistas alertam para os riscos à saúde
Bruna Macedo
Na Feira da Madrugada, em São Paulo, perfumes falsificados são vendidos livremente, embalados em bandejas de isopor, muitas vezes sem caixas originais. Ambulantes oferecem os produtos em carrinhos de obras, e o pagamento é feito em dinheiro ou Pix. Uma investigação feita pelo SBT mostra o esquema de venda que traz riscos à saúde e prejuízo bilionário para o Brasil.
Os vendedores envolvidos prometem alta margem de lucro e oferecem descontos no atacado. Um deles garantiu que o lucro pode superar 100%. Além disso, a entrega é viabilizada para todo o Brasil por meio de ônibus ou Sedex.
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A falsificação inclui uso de essências de baixa qualidade, o que pode levar a problemas graves de saúde, como alergias, dermatites e até dificuldades respiratórias. A dermatologista Camila Ciarleglio alerta que, em muitos casos, álcool automotivo é utilizado no lugar do álcool apropriado, expondo consumidores a riscos como cegueira.
A prática ilegal causa prejuízo anual de R$ 21 bilhões ao país, afetando tanto a arrecadação tributária quanto o faturamento das indústrias. De acordo com o DEIC, uma operação recente desarticulou um esquema de falsificação, apreendendo 500 mil itens e identificando centros clandestinos de produção na Vila Libanesa e outros locais da capital paulista. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação defende o uso de etiquetas de rastreabilidade como forma de coibir o mercado ilegal.
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O diretor da associação, Rodolpho Heck Ramazzini, enfatiza que o combate ao comércio ilegal depende de ações integradas entre autoridades, plataformas digitais e fiscalização nos centros de venda. Ele também destaca a importância dos consumidores denunciarem práticas ilegais e desconfiarem de preços muito baixos.