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Polícia

Número de medidas protetivas concedidas as mulheres vítimas de violência cresce 11% no Rio de Janeiro

Casos de feminicídio ainda seguem aumentando. Só em 2024 o crescimento foi de 19%

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O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de feminicídios, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar do aumento de medidas protetivas concedidas a mulheres em situação de violência, os casos continuam crescendo.

No Rio de Janeiro, o número de medidas protetivas de urgência subiu 11% em um ano, alcançando 43.398 casos, em 2024. Isso equivale a uma média de 118 por dia. No entanto, essa proteção nem sempre é suficiente para impedir novas agressões. No mesmo período, os casos de feminicídio no estado aumentaram 19%.

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A comerciante Suellen Almeida sabe bem o que isso significa. No corpo, carrega as marcas da violência sofrida. "Ele deu o primeiro golpe com a chave de fenda, que acertou aqui. Quando ele viu que não dava mais para me atacar com a chave, começou com socos nas costas, puxando meu cabelo", relatou.

Suellen ficou sete dias internada após ser agredida pelo marido. E essa não foi a primeira vez. "A primeira agressão foi quando eu já estava grávida. Era sempre por motivos fúteis, porque as coisas davam errado para ele e eu era culpada", contou.

Felipe Henrique de Souza, o agressor, foi preso há dez dias após fugir do Rio de Janeiro para Minas Gerais.

Nem todas as mulheres têm uma segunda chance. No fim de janeiro, a personal trainer Ilinês da Silva foi morta pelo marido, mesmo possuindo uma medida protetiva contra ele. Câmeras de segurança registraram as agressões cometidas por Valdenir Almeida. Inicialmente, ele alegou que a esposa havia tirado a própria vida, mas exames confirmaram que ela foi estrangulada. Ele está preso.

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A socióloga Jaqueline Pitanguy alerta para a necessidade de reconhecer e denunciar os sinais de abuso. "Muitas vezes, as mulheres não percebem que atos de agressão, que podem parecer proteção, são, na verdade, formas de desamor e violência", explicou.

Suellen ainda não sabe como explicar tudo à filha. "Vou falar o quê pra ela? Seu pai tentou me matar?", desabafou.

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