Ministério Público do Rio recorre de decisão que soltou influenciador Vitor Belarmino
Ele é acusado de atropelar e matar Fábio Kikuta horas após a cerimônia de casamento; MP cita histórico de infrações para solicitar retorno à prisão

Vicklin Moraes
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com um recurso, nesta terça-feira (3), contra a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que revogou a prisão preventiva do influenciador Vitor Belarmino. Ele é acusado de atropelar e matar o fisioterapeuta Fábio Toshiro Kikuta, em julho de 2024, horas após o casamento da vítima. O atropelamento ocorreu na orla do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio. O influenciador só se entregou à polícia dez meses depois.
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A decisão do TJ-RJ permitiu que Belarmino responda ao processo em liberdade, mediante o cumprimento de medidas cautelares, como apresentação mensal à Justiça, proibição de dirigir, entrega da carteira de habilitação e a proibição de frequentar estabelecimentos noturnos entre 22h e 6h.
No recurso, a 2ª Promotoria de Justiça do Rio ressalta que o influenciador acumula mais de 20 multas por excesso de velocidade. Segundo o MP, a suspensão da habilitação não é eficaz, uma vez que Vitor já foi flagrado dirigindo sem o documento.
"Portanto, em razão da gravidade concreta do caso, que colocou em risco concreto a vida de diversas pessoas, e culminou na violenta e prematura morte dolosa (eventual) de jovem que havia literalmente acabado de se casar, além do histórico reiterado e recente de infrações de trânsito pelo recorrido, cabível a imediata restauração de sua prisão preventiva, para assegurar a ordem púbica", descreve trecho do recurso.
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Imagens divulgadas em novembro de 2024 mostram o acusado deixando uma festa por volta das 23h30, acompanhado de cinco mulheres e de uma adolescente. Segundo a perícia, o carro estava a 109 km/h em um trecho com limite de 70 km/h.
Na ocasião, o advogado de Belarmino, Gabriel Habib, alegou que o cliente não estava alcoolizado e dirigia no limite de velocidade. O influenciador fugiu sem prestar socorro. O veículo foi localizado horas depois estacionado em uma casa no mesmo bairro e apreendido pela Polícia Militar.
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Ainda segundo a defesa, Vitor teria parado o carro após o impacto, mas não voltou ao local por estar "em estado de choque" e temer ser linchado por pessoas que começavam a se aglomerar no local do acidente.
Relembre o caso
Fábio Toshiro Kikuta, de 40 anos, morreu atropelado em 13 de julho de 2024, quando caminhava de mãos dadas com a esposa na Avenida Lúcio Costa, no Recreio. O casal havia se casado horas antes e decidiu passear pela orla após deixar as malas no hotel. A esposa não foi atingida. O acidente aconteceu cerca de 20 quilômetros do local onde foi realizada a cerimônia.