Menino de 10 anos encontrado em buraco é enterrado em Brasília
Familiares e amigos vestiram camisetas com as fotos da criança em despedida durante o velório, marcado pela comoção
Victória Melo
Foi enterrado nesta segunda-feira (16), em Brasília, o menino João Miguel, de 10 anos, que havia desaparecido há 15 dias. O corpo dele foi encontrado dentro de um buraco, com as mãos amarradas, de cabeça para baixo e com sinais de asfixia, no Guará, região a cerca de 13 quilômetros do centro da capital. A morte chocou a população local.
Durante o velório, amigos e familiares de João Miguel prestaram homenagens vestindo camisetas com as fotos do garoto. A frase "João Miguel presente" foi entoada pelos presentes em memória da criança.
O pai do menino, que está preso por tentativa de homicídio, conseguiu autorização para participar do enterro, mas não compareceu por falta de policiais no Centro de Detenção Provisória. A Secretaria de Administração Penitenciária informou que a escolta em cerimônias fúnebres requer planejamento e um efetivo atualmente indisponível.
A mãe de João Miguel também está presa, desde o último dia em que o corpo foi encontrado. Ela tinha um mandado de prisão em aberto por suspeita de envolvimento com uma facção criminosa.
Segundo a delegada Bruna Eiras, responsável pelo caso, a investigação busca identificar o motivo do crime, que pode ter sido uma retaliação contra os pais. "É um crime muito grave. Estamos apurando quem poderia ter motivos para atingir a família, seja o pai ou a mãe", afirmou.
Câmeras de segurança registraram as últimas imagens de João Miguel caminhando pela rua, no dia 30 de agosto, data de seu desaparecimento.
O corpo foi encontrado com uma blusa enrolada no pescoço, levantando a hipótese de que a morte tenha ocorrido por asfixia. A polícia chegou ao local após receber uma denúncia anônima e, segundo as investigações, a criança teria sido morta três dias antes de ser encontrada. A investigação agora busca esclarecer onde o menino esteve durante o período entre seu desaparecimento e sua morte.
A população de Brasília segue abalada, enquanto a polícia continua as investigações para entender as motivações do crime e identificar os responsáveis.
