Megaoperação contra lideranças de facção criminosa tem 64 mortos e 81 presos no Rio
Ação ocorre nos complexos do Alemão e da Penha; bandidos usaram drones para lançar bombas contra policiais

Emanuelle Menezes
A megaoperação no Rio de Janeiro que mobiliza 2,5 mil policiais nesta terça-feira (28) e mira lideranças da facção Comando Vermelho (CV) deixou pelo menos 64 mortos. Entre as vítimas, estão pelo menos quatro policiais. Essa é a operação mais letal da história do estado (veja lista abaixo).
Até o momento, 81 suspeitos foram presos. Entre os detidos, está Nicolas, considerado o operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos líderes da facção. Agentes apreenderam ainda 75 fuzis.
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Batizada de Operação Contenção, a força-tarefa ocorre nos complexos do Alemão e da Penha e também combate a expansão territorial do crime organizado. Segundo as investigações, chefes do Comando Vermelho do Rio de Janeiro e de outros estados se refugiam nas comunidades da Zona Norte da capital fluminense.
A ação, segundo o governo do RJ, "conta com forte aparato tecnológico e logístico, incluindo drones, 2 helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM, além de ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate".
Criminosos reagiram com a chegada dos policiais aos territórios. Barricadas foram montadas e, em retaliação, bombas foram lançadas com drones em direção aos agentes. Três moradores ficaram feridos.
Dezenas de unidades de saúde e ensino tiveram a rotina afetada pelos confrontos, e linhas de ônibus precisaram mudar os itinerários para evitar os disparos.
A ação reúne policiais civis e militares e ainda objetiva, segundo o governo do RJ, "capturar lideranças criminosas do Rio de Janeiro e de outros estados". Promotores do Ministério Público estadual também integram força-tarefa.
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De acordo com o governo, a operação é resultado de mais de um ano de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). "Ao longo do dia, serão cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão obtidos na Justiça", disse o Executivo carioca.
A Polícia Militar (PMERJ) participa da força-tarefa com Comando de Operações Especiais (COE) e unidades operacionais da capital e Região Metropolitana.
A Polícia Civil (PCERJ) designou agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), delegacias especializadas, distritais, departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e Subsecretaria de Inteligência.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 28 escolas foram impactadas no Complexo do Alemão e 17 no Complexo da Penha.
Cinco operações mais letais da história do estado do Rio de Janeiro
1. Complexo do Alemão e Penha, 60 mortos, outubro de 2025
2. Favela do Jacarezinho, 28 mortos, maio de 2021
3. Vila Cruzeiro, 23 mortos, maio de 2022
4. Vila Operária (Duque de Caxias), 23 mortos, janeiro de 1998
5. Complexo do Alemão, 19 mortos, junho de 2007








