Justiça condena primeiro réu pelo assassinato de Marielle Franco
Dono de ferro-velho é condenado a cinco anos de prisão por ocultação de carro usado no crime que matou a vereadora e o motorista Anderson Gomes
Liane Borges
A Justiça do Rio de Janeiro condenou o primeiro réu envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha", foi sentenciado a cinco anos de prisão. Ele foi considerado culpado por ajudar os executores do crime a ocultarem o veículo utilizado no atentado, ocorrido em março de 2018.
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Segundo a investigação, Orelha mantinha contato com Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de serem os executores do assassinato. Dois dias após o crime, os autores do homicídio quebraram a placa clonada do carro e descartaram os pedaços nas linhas do trem, durante o caminho até o ferro-velho de Orelha. A intenção era eliminar qualquer prova que pudesse incriminá-los.
Decisão da Justiça
O juiz Renan Ongaratto, responsável pela sentença, afirmou que Orelha agiu com dolo, ou seja, de maneira intencional. O magistrado destacou que a destruição do automóvel prejudicou as investigações e contribuiu para a sensação de impunidade no caso. Ele também ressaltou que o réu estava ciente da gravidade e da repercussão do crime, que chocou o país.
A decisão foi recebida com alívio pelos familiares de Marielle Franco, que aguardam o desfecho do julgamento dos outros envolvidos. Até o momento, outros presos ainda esperam julgamento, entre eles os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime. Ex-chefe da Polícia Civil, o delegado Rivaldo Barbosa também é acusado de atrapalhar as investigações.