IML já localizou familiares de 66% dos mortos sem identificação nos últimos 6 anos em São Paulo
Desde 2019, a Equipe de Assistência Familiar do Instituto Médico Legal trabalha para oferecer sepultamentos dignos

SBT News
Um trabalho discreto do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo tem mudado a realidade de centenas de famílias paulistas. Desde 2019, a Equipe de Assistência Familiar (EAF), do órgão da polícia científica, se dedica à missão de localizar parentes de pessoas que faleceram sem identificação - ou cujo os corpos não foram procurados.
“O IML é geralmente visto apenas como um órgão voltado à ciência forense, mas há também o compromisso com a dignidade no fim da vida, resgatando a dignidade familiar e proporcionando conforto aos familiares angustiados”, lembrou o diretor do IML, Vladimir Alves dos Reis.
Nos últimos seis anos, esse esforço resultou na localização de familiares em 66% dos casos. Para essas famílias, ser encontrado é mais do que uma informação oficial: é o início da possibilidade de luto, despedida e reconexão com a dignidade.
“Eles coletam todas as informações sobre a pessoa que deu entrada no IML, analisam os dados disponíveis e, então, iniciam a busca pelos familiares”, disse Vladimir.
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O trabalho desses profissionais começa quando a pessoa falecida chega ao Instituto Médico Legal, onde uma série de exames podem determinar a causa da morte e, no caso de cidadãos sem documento, a tentativa de uma identidade. As informações são agrupadas em um banco de dados e aí começa a troca de informações entre as polícias federal e civil e instituições de todas as áreas de outros estados.
De acordo com o núcleo, esse trabalho, que vai além das perícias e documentos, foi responsável por quase 6,1 mil sepultamentos acontecer dentro dos prazos legais. Muitos dos que morreram haviam perdido o vínculo com suas famílias por um longo período, sendo, em muitos casos, a ligação do IML a primeira notícia sobre o ente querido.
Para quem procura por alguém desaparecido, o instituto disponibiliza um site e um canal de atendimento através do e-mail: acolhimento.iml@policiacientifica.sp.gov.br. Em todos os casos, o reclamante precisa inserir nome, telefone de contato e dados do desaparecido.